Presente e futuro se confundem

Imagem: tela "O Último Julgamento" de Jean Cousin/ Museu do Louvre

Por Frei Clarêncio Neotti

 

Jesus está em Jerusalém. Aproxima-se o final dos tempos previstos para a Paixão. Já no capítulo 11, Marcos conta a entrada triunfal na Cidade Santa e a aclamação de Jesus como “aquele que veio em nome do Senhor” (Mc 11,9). Todo o capítulo 12 são admoestações de Jesus sobre a justiça, o amor, a humildade, a generosidade, sua origem divina, sua missão de salvador e a ressurreição para todos.

Se passássemos diretamente ao capítulo 14 (traição de Judas e de Pedro, Última Ceia, Paixão), haveria uma sequência natural. Mas o Evangelista intercala um capítulo inteiro, que costumamos chamar de ‘Discurso sobre os últimos tempos’. E o escreve num estilo chamado apocalíptico.

Não devemos ler o capítulo 13 como se fossem profecias sobre a destruição do mundo, mas ver quais as lições que estão por trás das figuras empregadas. No estilo apocalíptico sempre se fala em catástrofes que acontecerão com a natureza. Na verdade, usando o estilo apocalíptico, Jesus retoma suas grandes lições para a vida da comunidade no presente e seu caminhar para o futuro. Aliás, nos ensinamentos de Jesus, muitas vezes, presente e futuro se confundem. A história da salvação é um projeto que se vai realizando. Por isso é sempre alguma coisa a vir e, ao mesmo tempo, alguma coisa que está acontecendo e nos envolve.

Fonte: Franciscanos


FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFMentrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Durante 20 anos, trabalhou na Editora Vozes, em Petrópolis. É membro fundador da União dos Editores Franciscanos e vigário paroquial no Santuário do Divino Espírito Santo (ES). Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.

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