Não se apague a lâmpada da fé

Imagem ilustrativa de Frei Fábio Melo Vasconcelos

Por Frei Clarêncio Neotti

 

O Evangelho nos traz a parábola das dez virgens ou das dez moças. Era costume, na noite de núpcias, o noivo ir buscar a noiva na casa dela e levá-la para a festa nupcial na casa dele. No trajeto eram acompanhados por damas de honra, que levavam archotes para iluminar a estrada pedregosa. Esses archotes eram varas com uma lâmpada a óleo na ponta. Na parábola aconteceu que o noivo atrasou. Com o atraso, o óleo das lâmpadas se consumiu, e cinco das damas de honra ficaram sem luz e não prestaram o serviço prometido aos noivos. Por isso o noivo não as deixou entrar na sala da festa.

Jesus toma a história e a transforma em uma reflexão sobre a entrada ou exclusão do paraíso. A Bíblia costuma comparar o paraíso a uma festa de casamento. Nesse caso, o noivo é o próprio Cristo. As damas de honra são as criaturas humanas. A vida terrena é um caminho difícil, facilitado pela lâmpada da fé, que nos deixa ver os empecilhos. Na Escritura a fidelidade entre a criatura humana e Deus é simbolizada pelas núpcias. Jesus mesmo faz várias vezes essa comparação (Mt 22,1-14).

Jesus compara o Reino dos Céus a uma semente (Mt 13,31), a uma rede de pesca (Mt 13,47), a um dia de trabalho (Mt 20,1), a um tesouro escondido (Mt 13,44), a um banquete (Mt 22,2). Hoje o compara a uma sala de bodas. Todos são convidados. Todos esperam a festa. Todos colaboram na preparação da festa. O ‘bilhete’ de entrada é a fidelidade da espera, a execução do trabalho prometido. Na vivência do Reino, neste mundo, misturam-se a espera vigilante da plenitude do Reino e a fidelidade aos compromissos assumidos.

Fonte: Franciscanos


FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFMentrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Durante 20 anos, trabalhou na Editora Vozes, em Petrópolis. É membro fundador da União dos Editores Franciscanos e vigário paroquial no Santuário do Divino Espírito Santo (ES). Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.

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