Momentos de silêncio na Santa Missa

Imagem: foto de Martin Bekerman no Unsplash

Depois de expor o sentido e a importância do silêncio na Liturgia em geral, vejamos agora o silêncio na Celebração da Eucaristia. Vamos restringir-nos aos momentos de silêncio explícito.

A Instrução Geral sobre o Missal Romano diz: “Oportunamente, como parte da celebração, deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração. Convém que, já antes da própria celebração, conserve-se o silêncio na igreja, na sacristia, na secretaria e mesmo nos lugares mais próximos, para que todos se disponham devota e devidamente para realizarem os sagrados mistérios” (n. 45).

Desta orientação geral decorrem algumas observações quanto ao silêncio. Trata-se de um silêncio sagrado, feito oração, portanto, cheio de Deus. Faz parte da celebração. Pede-se silêncio, mesmo antes do início da celebração. O silêncio é visto como preparação para realizar os sagrados mistérios. O silêncio adquire sentidos diversos, conforme os momentos da celebração.

Acompanhemos, agora, os momentos de silêncio na Missa, parte por parte.

Antes do início da celebração: – Na igreja, na sacristia, na secretaria e nos lugares mais próximos. O espaço da celebração, a igreja, convida ao silêncio, ao recolhimento, ao encontro com o Sagrado. Todos aí se encontram para realizar os sagrados mistérios. Os fiéis podem prepara-se com uma visita ao Santíssimo, com a oração de uma Hora do Oficio Divino ou mesmo o Rosário. A pessoa pode se recolher na recitação de algum salmo ou de outras orações de Manuais, como o “Livro de Orações do Cristão Católico” ou ainda pela meditação. Importa dispor-se para a realização dos mistérios.

Antes do Ato penitencial: – Trata-se de um silêncio de recolhimento, fazendo um exame de consciência e colocando-se como pobre e necessitado diante de Deus.

Antes da Oração do dia ou da Oração depois da Comunhão: – É também um silêncio de recolhimento. Os fiéis são convidados a tomarem consciência de que estão na presença de Deus e a formularem interiormente os seus pedidos (cf. n. 54).

Na Liturgia da Palavra: – A Instrução Geral diz: “A Liturgia da Palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação; por isso deve ser de todo evitada qualquer pressa que impeça o recolhimento. Integram-na também breves momentos de silêncio, de acordo com a assembleia reunida, pelos quais, sob a ação do Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus e se prepara a resposta pela oração. Convém que tais momentos de silêncio sejam observados, por exemplo, antes de se iniciar a própria Liturgia da Palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também após o término da homilia” (n. 56). Quanta coisa a ser cultivada! O silêncio no início da proclamação da Palavra praticamente ainda não é observado.

Antes e depois da Comunhão: – Sim, também antes. Enquanto o sacerdote se prepara com uma oração em silêncio, os fiéis fazem o mesmo, rezando em silêncio (cf. n. 84). Já o descobrimos? É um verdadeiro jejum pelo qual a gente renuncia a tudo que não é Jesus Cristo, fazendo espaço para o Pão descido do céu. Ocorre entre o Cordeiro e a sua apresentação.

A resposta às Preces: – Após cada invocação, a resposta orante pode ser por breve silêncio.

Depois da Comunhão: – Após a Santa Comunhão recomenda-se um momento de oração silenciosa, oração do coração, oração de comunhão, de adoração, de louvor e agradecimento.

Fonte: Franciscanos – Especial Gotas de Liturgia / Por Frei Alberto Beckhäuser

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