Dom Spengler: “Os pobres sempre estarão no coração da obra evangelizadora da Igreja”

Dom Jaime Spengler - foto/reprodução CNBB

Na última coletiva de imprensa da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que aconteceu na modalidade virtual entre os dias 25 a 29 de abril, o arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, destacou a importância das análises de conjunta social e eclesial, que foram apresentadas aos bispos. Ao comentar sobre a análise social, que apresentou a realidade difícil do Brasil, dom Jaime lembrou que os pobres “sempre estarão no coração da obra evangelizadora”.

 

Em sua partilha, dom Jaime situou a modalidade de assembleia virtual como uma das consequências da pandemia, “que ainda não foi totalmente superada e que não se sabe ao certo quando, como e nem se será superada”.

“Nesse contexto, vale ressaltar a realidade 660 mil mortos, que estiveram presentes nos nossos momentos de oração, de diálogo e de debate durante esses dias”, contou dom Jaime. 

A identidade da CNBB é marcada pela comunhão, que se torna mais visível a cada vez que o episcopado se reúne em assembleia: “O caminho é rico, nobre, necessário e longo, em vista da promoção e construção, sempre mais vigorosa, dessa comunhão. É preciso caminhar com discernimento, oração e determinação”, disse dom Jaime.

Dos quase 40 assuntos abordados pelos bispos nesses cinco dias de assembleia, dom Jaime destacou, na coletiva, as duas análises de conjuntura apresentadas: a social e a eclesial, elaboradas respectivamente pela Equipe de Análise de Conjuntura Padre Thierry Linard e pelo Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (INAPAZ), cujas equipes são compostas por bispos, assessores e “especialistas de distintas universidades”.

Situação difícil dos pobres

Dom Jaime destacou a apresentação na análise social, de forma clara e objetiva, a situação da realidade social, política e econômica do Brasil. “Mais uma vez o destaque é a situação difícil e preocupante das camadas mais simples da nossa população. Quase sempre temos que reconhecer: quem fica com a conta maior são os pobres. E os pobres sempre estarão no coração da obra evangelizadora da Igreja”, afirmou.

Abraçar o Documento de Aparecida

Na análise eclesial, foi realizada uma retrospectiva dos 15 anos do Documento de Aparecida. Foi dado destaque ao que já foi realizado e chamada a atenção para os desafios que o documento ainda proporciona.

“Certamente, não se trata de reavivar o Documento de Aparecida, mas sim de abraçá-lo, sempre com mais vigor e entusiasmo, por aquilo que ele nos inspira. As inspirações tem muito a dizer a todos nós, nos dias atuais”, disse o arcebispo.

Respondendo aos jornalistas

Sobre a questão de como a Igreja olha para a realidade atual, na qual a pobreza é consequência da forte relação entre a inflação e o desemprego, “preocupação” foi a primeira palavra dita por dom Jaime em sua resposta.

“Preocupação. Isso diz de sofrimento e dor para o nosso povo, para a nossa gente. Enquanto houver alguém passando fome e alguém sofrendo, não podemos fechar os olhos. A Igreja, a CNBB estará sempre atenta a essa realidade, sendo orientada, iluminada e inspirada pelo Evangelho e pela Doutrina Social da Igreja. O desemprego e a inflação, nós sabemos, trazem dor, trazem sofrimento e não podemos nos calar diante da dor de quem quer que seja”, afirmou o arcebispo.

À pergunta sobre qual a resposta concreta da CNBB, diante das análises de conjuntura social e eclesial, dom Jaime explicou que elas continuarão repercutindo em todos os trabalhos e iniciativas que virão pela frente, até a segunda etapa da Assembleia Geral, que se realizará em Aparecida (SP), no final do mês de agosto e início do mês de setembro. No entanto, algumas indicações dessa etapa da assembleia já respondem ao que foi levantado por essas análises.

“Os próprios encaminhamentos em torno do tema central já respondem àquilo que se dizia na análise de conjuntura eclesial, por exemplo quando tratamos de recordar os 15 anos do Documento de Aparecida”, disse dom Jaime. 

Quando à análise de conjuntura social, dom Jaime disse que a “Mensagem ao Povo Brasileiro”, publicada no início dessa tarde, é uma resposta vigorosa a todos os dados que a análise apresentou.

Dom Jaime atendeu a última coletiva de imprensa da 59ª Assembleia Geral da CNBB, juntamente com o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor de Oliveira Azevedo, e o secretário geral da CNBB, dom Joel Portella Amado.

Fonte: CNBB

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