Da sinodalidade, passando pelas guerras, armas e missão: foram muitos os temas debatidos na audiência que o Papa Francisco concedeu esta manhã aos bispos das províncias eclesiásticas de Botucatu, Campinas e Ribeirão Preto, no âmbito da visita ad Limina do Regional Sul 1 da CNBB.
Por Bianca Fraccalvieri
“Alegria, simplicidade e largo sorriso no rosto”: assim o Papa Francisco recebeu esta manhã, no Vaticano, os bispos do Regional Sul 1 da CNBB, segundo o arcebispo de Campinas, Dom João Inácio Müller.
Participaram do encontro, no âmbito da visita ad Limina, os prelados das províncias eclesiásticas de Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto.
De acordo com o bispo franciscano, o Pontífice ressaltou a importância de manter viva nas dioceses as obras de caridade, pois “nosso povo continua a precisar de ajuda, tem fome”.
Outro tema foi a missionariedade. Deus é em saída e assim deve ser a Igreja: “Não podemos nos manter numa Igreja quadrada, só com projetos e achar que tudo tem que ser certinho. O Papa disse que não. A Igreja que caminha vê as situações que requerem intervenção, que se pare e se faça o que é necessário fazer”. Outro conselho do Papa, segundo Dom Müller, é olhar para Jesus, já que “quem não medita sobre Jesus não terá o caminhar de Jesus”. Isto implica acolher todas as pessoas sem discriminação e sem rigidez.
Sinodalidade, guerras e tradição
Por sua vez, o arcebispo metropolitano de Ribeirão Preto, Dom Moacir Silva, afirmou que para todas as questões apresentadas pelos bispos o Papa “sempre nos deu uma palavra de ânimo, de encorajamento, nos incentivando na missão”. E recordou as quatro proximidades na vida do bispo: com o Senhor, entre os irmãos no colégio episcopal, com os presbíteros e com o povo de Deus.
Já o bispo diocesano de Barretos, Dom Milton Kenan Júnior, citou outro tema na pauta: a sinodalidade. O Papa pediu que o Sínodo seja vivido como um momento para dar espaço para que todos possam falar, possam manifestar-se. A sinodalidade não é um parlamento, mas sim a experiência de ouvir o Espírito, deixar-se conduzir por Ele.
Dom Milton referiu que Francisco falou ainda a respeito das guerras que estão ocorrendo em diversas partes do mundo e a necessidade de a Igreja fazer o papel de intermediária, com uma “crítica bastante firme em relação às armas”.
Outro assunto foi tradição: “O tradicionalista desvirtua a tradição, porque a tradição é criativa, é fecunda quando é capaz de iluminar novos caminhos e perspectivas. O tradicionalista, por sua vez, se prende à tradição e deixa de abrir-se ao futuro”.