Seja bem-vindo(a) em nosso site oficial . Itabira (MG), 12 de outubro de 2025

12/10 Notícias em Geral Cardeal Orani Tempesta reflete sobre a Liturgia de 12 de outubro situando Aparecida no fluxo da História da Salvação
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Em 12 de outubro, é celebrado o dia de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil. O arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), cardeal Orani João Tempesta, escreveu o artigo “Aparecida: sacramento, profecia e missão para o povo brasileiro” para o portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em seu texto, convida a “mergulhar, com a inteligência da fé, no denso conteúdo teológico, profético e missionário que emana” do episódio do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição no Rio Paraíba do Sul.  

A partir da liturgia, dom Orani reflete sobre a intercessão, apresentada na primeira leitura; a luta espiritual que se depreende da segunda leitura; e a síntese da missão para os seguidores de Jesus presente no Evangelho.  

O arcebispo do Rio de Janeiro convida a compreender Aparecida situando-a no grande fluxo da História da Salvação. O evento de 1717, salienta, não foi um acaso. “Deus irrompe na história concreta, no Brasil Colônia, num contexto de dificuldades econômicas e de tensões sociais”, trazendo ao Brasil a visita de Maria, assim como a intercessão da Rainha Ester que pede pela vida de seu povo. 

Dom Orani explica que cada elemento do encontro da imagem da padroeira “é um denso sinal teológico, um evangelho não escrito”: o rio, a rede, a imagem quebrada, a reunificação, a cor negra e a pesca abundante, são sinais da história da Salvação na história do Brasil, cada um deles detalhado e relacionado entre si.  

Na segunda leitura, a mulher vestida de Sol que luta contra o dragão, é um retrato da batalha espiritual “que se trava hoje, no coração do mundo e no coração do Brasil”. 

“É o dragão de uma economia que idolatra o lucro e descarta pessoas […]. É o dragão da violência […]. É o dragão da mentira […]. É o dragão do relativismo […]. e é também o dragão da exploração irresponsável de nossa casa comum”.  

A fé em Nossa Senhora Aparecida nos convoca a uma leitura crítica e profética da realidade.

A mesma Mãe que se compadeceu da necessidade dos noivos em Caná, hoje se compadece da falta do “vinho da justiça, da paz e da dignidade para tantos de seus filhos brasileiros. 

No Evangelho, está a síntese da missão  

“Diante do problema concreto, Maria nos oferece uma única instrução, um verdadeiro testamento espiritual que se torna o programa pastoral para a Igreja no Brasil: ‘Fazei tudo o que Ele vos disser’ (Jo 2,5). Este mandato nos chama a uma conversão radical e a um compromisso missionário em todas as esferas da vida.”   

 Fazer aquilo o que Jesus diz, continua dom Orani, implica uma renovada escuta de sua Palavra e uma vida de oração mais profunda. E se desdobra em compromissos para a Igreja, para os leigos e leigas, para as famílias e para a nação. 

“A solenidade de Aparecida é um dom, mas também uma grande responsabilidade. Ela nos recorda que somos um povo abençoado, um povo que mereceu a visita de sua Mãe”.  

Texto: Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ) 

Capa: Imagem de Nossa Senhora Aparecida (CNBB)