Unidos ao coro dos anjos…

“Cantai ao Senhor um cântico novo (…)

Tocai para o Senhor com a harpa e o som dos instrumentos;

Com trombetas e o som da corneta aclamai o Senhor!” (Sl 98)

Há algum tempo, num desses bate-papos com um amigo muito querido, surgiu a pergunta: como você imagina o céu? Pois bem, minha resposta foi esta: “não imagino como deve ser o céu, só não consigo imaginá-lo sem margaridas, borboletas azuis e cheiro de alecrim do campo”. Ele disse: “não consigo imaginar o céu sem música”!

Ele e a música têm tamanha afinidade que, vez ou outra, devem ser uma coisa só: *Padre José Antonio de Oliveira (o nome dele não tem acento, embora a gente se sinta tentado a colocar). Você já deve ter escutado alguma música com letra dele por aí. A da Campanha da Fraternidade 2020 é de sua autoria, salvo engano, a do ano passado também.

Esse é um dos muitos diálogos que já tivemos que não sai da minha cabeça. Ele tem o dom de frutificar no meu coração até as conversas mais banais. Depois desse dia, não consigo imaginar o céu sem margaridas, borboletas azuis, cheiro de alecrim do campo e… música, claro!

O Canto e a Música na Liturgia

Embora exprimir o louvor a Deus por meio da música seja uma marca desde o Antigo Testamento, é preciso compreender que, na nossa Santa Igreja, nada é por acaso e, menos ainda, à base do “jeitinho”, tão comumente difundido entre os brasileiros. Não se deve dar jeitinhos para as coisas de Deus. Deve-se oferecer sempre o melhor culto, ainda que na simplicidade. É preferível não ousar do que, na ousadia, errar!

É por isso que as formações são sempre incentivadas na Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano, nas suas três regiões pastorais e nas próprias paróquias.

“O Apóstolo aconselha os fiéis que se reúnem em assembleia para aguardar a vinda do Senhor, a cantarem juntos salmos, hinos e cânticos espirituais (Cl 3,16), pois o canto constitui um sinal de alegria do coração (At 2, 46). Portanto, dê-se grande valor ao uso do canto na celebração da missa, tendo em vista a índole dos povos e as possibilidades de cada assembleia litúrgica” (IGMR 39-40).

Formação no salão paroquial da Matriz N. Sra. da Saúde/Itabira

 

Formação de Canto/Música Litúrgica na Região Pastoral I

No último sábado, 15/02, cerca de 40 pessoas participaram da Formação de Canto/Música Litúrgica promovida para músicos, instrumentistas e membros da liturgia da Região Pastoral I da Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano.

Representantes das paróquias de várias cidades da região, como de Itabira, distritos de Senhora do Carmo e de Ipoema, Passabém e São Sebastião do Rio Preto participaram. A formação foi acolhida pela Paróquia Nossa Senhora da Saúde, em Itabira, e ministrada pelo seminarista Márcio Rodrigo Mota.

No ano passado, foi realizada uma formação nesta mesma área, em nível diocesano. A partir dela, e a pedido de Dom Marco Aurélio Gubiotti, a equipe litúrgica foi encarregada de preparar um material que atendesse, com as formações, as demandas das três regiões pastorais.

A formação é conduzida a partir de um estudo minucioso da Santa Missa: qual a sua função e como o canto está e deve ser inserido nela. Para compreender, ou empreender a música/canto na missa, é preciso partir do princípio e da aceitação de que há vários estilos musicais e, sobretudo, de que para cada um deles há um lugar, um propósito e um público.

Com esta dinâmica, os participantes tiveram a oportunidade de “passar” cada rito da missa e aplicar os exemplos de canto para esses ritos, sempre analisando seus aspectos poéticos, espirituais, teológicos e históricos – até para compreender como é que os cantos chegaram à atualidade.

Foram analisados os erros litúrgicos na escolha de determinados cantos, inclusive na adoção de músicas que não são apropriadas para a missa, embora sejam usuais e adequadas aos encontros, retiros e outras atividades da Igreja.

Não menos significativas, são as posturas, gestos, a comunhão entre padre, coral e assembleia. Lembrando que o canto litúrgico tem como primazia a assembleia, sendo o coral, portanto, aquele que auxilia.

Em síntese, a formação visa instruir pastoralmente todos os envolvidos na liturgia, tornando possível instituir “um” canto litúrgico que reflita o verdadeiro espírito de comunhão entre as regiões pastorais da Diocese e suas comunidades – ainda que com as peculiaridades de cada regional.

 

Liliene Dante

(*) Padre José Antonio de Oliveira é pároco da Paróquia São João Batista em Barão de Cocais – Arquidiocese de Mariana/MG

 

 

 

 

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