Solidariedade e consciência transformam realidades

“Com efeito, como o corpo sem o sopro da vida é morto, assim também é morta a fé sem as obras” (Tg 2,26)

Muita gente ainda caminha sem enxergar o entorno, ou prefere não enxergá-lo. A indiferença é construída em pilares que contribuem cada vez mais para tornar “invisíveis” uma grande parcela da população: os marginalizados, aqueles que vivem, literalmente, à margem de todo e qualquer processo social, econômico, político.

Quando estas estruturas não funcionam, quando o poder público falha com estes “invisíveis”, há os que se incomodam ou, pelo menos, se solidarizam e avançam em frentes que não podem mais ser contidas.

Os números do voluntariado no Brasil têm crescido. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que, em 2018, 7,2 milhões de pessoas no país praticaram algum tipo de trabalho voluntário. Este total de voluntários representa apenas 4,3% da população brasileira – mas só quem é beneficiado por ele, sabe quão grande e bem-vinda é a ajuda.

O 1º Bazar Beneficente Amigos do Bem, realizado neste sábado, 15/06, no salão paroquial da Matriz Nossa Senhora da Saúde, foi iniciativa de um grupo de amigos.

Da captação das peças, seleção e organização até o dia do evento foram cerca de dois meses de muito trabalho. A ideia começou a ser colocada em prática por dez pessoas que, decididas, partiram para a ação – outras também ajudaram.

Calçados, roupas e acessórios para todas as idades; peças de enxoval para bebês, brinquedos e livros infantis, tudo encontrou lugar no bazar, minuciosamente organizado, com as peças bem distribuídas por idade e gênero. Os preços também acessíveis para novos e usados: de R$ 1,00 a R$ 20,00.

Além dos adultos, várias crianças colaboraram de alguma maneira – se não assessorando nas vendas, pelo menos com a costumeira alegria e boa vontade. A participação delas é também inspiradora, um indicativo de que quem vê e participa, logo na infância, dos trabalhos com a família, tem grande potencial de disseminar a ideia e ser mais um “agente” ou amigo do bem.

O grupo de amigos é composto por pessoas de diferentes denominações religiosas, de várias localidades da cidade, o que demonstra que para a solidariedade é preciso apenas a dose certa de vontade, organização e ação. A Paróquia Nossa Senhora da Saúde foi a escolhida para receber os recursos levantados com as vendas realizadas no bazar. Todo o dinheiro arrecadado será destinado às obras sociais da Paróquia – lembrando que a mesma já possui significativa estrutura de apoio e acompanhamento realizados pelas pastorais, pelos vicentinos e Cáritas.

Jaqueline e Cristiano

Jaqueline Jacques e Cristiano Menezes vieram com os filhos para o bazar. Compraram roupas para as crianças, de 6 e 11 anos, e aproveitaram os preços para levar várias peças de bebês que serão doadas. Segundo o casal: “tudo de ótima qualidade e com excelentes preços”.

Ao final do dia, Carla Boaventura, uma das organizadoras do bazar, fez um balanço positivo sobre a iniciativa. 80% dos produtos ofertados foram vendidos, superando a expectativa da equipe. “O que mais me deixou feliz foi a participação de todos, sem dúvida iremos fazer outros eventos”.

Carla Boaventura

 

Assessoria de Comunicação

Outras fotos sobre o evento estão disponíveis na página da Paróquia no facebook, acesse: https://www.facebook.com/pnssitabira/

 

 

Fique por dentro

A Igreja Católica administra no mundo 115.352 institutos de saúde, de assistência e de beneficência. Entre eles:

  • 5.158 hospitais com mais presença na América (1.501), África (1.221) e Ásia (1.159), seguidos pela Europa (1.042) e Oceania (235);
  • 16.523 postos de saúde, em maioria na África (5.230), América (4.667) e Ásia (3.584);
  • 612 leprosários distribuídos principalmente na Ásia (313) e África (174).
  • 15.679 casas pra idosos, doentes crônicos e portadores de deficiência, em maioria na Europa (8.304), seguida por América (3.726), Ásia (3.584), África (648) e Oceania (437).
  • 10.124 orfanatos, principalmente na Ásia (3.980) e América (2.418);
  • 11.596 jardins de infância, em maioria na América (3.661) e Ásia (3.441);
  • 14.744 consultórios matrimoniais distribuídos em grande parte na América (5.636) e Europa (6.173);
  • 3.663 centros de educação ou reeducação social e 36.389 instituições de outros tipos.

Os dados são da Agência Fides/2017.

Igreja Católica no Brasil

Dioceses, paróquias, associações, novas comunidades e institutos são exemplos de um exército de caridade que atua no Brasil. Junto com as 21 Pastorais Sociais estruturadas nacionalmente, as Obras Sociais da Igreja chegam à somatória de 499,9 milhões de atendimentos a cerca de 39,2 milhões de pessoas e aproximadamente 11,8 milhões de famílias.

Os dados são da pesquisa sobre a Ação Social da Igreja no Brasil encomendada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) à Fundação Grupo Esquel Brasil (FGEB), cujo presidente, o cientista social Silvio Sant’Ana, foi o responsável por organizar os dados no relatório.  A pesquisa se desenvolveu no campo ocupado por duas instâncias institucionais muito próprias no contexto eclesial: as “Obras Sociais” e as “Pastorais Sociais”.

De acordo com o responsável pela pesquisa, Silvio Sant’ana, obras sociais são organizações quase sempre com existência legal (pessoas jurídicas de direito privado) e, geralmente, vinculada a Institutos e Ordens Religiosas, ou à diocese, com pessoal especializado, dispondo de instalações físicas, recebendo pessoas e as demandas de interessados no atendimento. “É, de certa forma um núcleo ‘receptivo’, um local onde é ofertado à população um atendimento ou um serviço”, descreve.

Já as Pastorais Sociais, são organizações compostas majoritariamente por voluntários, nem sempre organizadas como pessoas jurídicas, que operam por “busca ativa’ de pessoas ou segmentos sociais em situação de vulnerabilidade e risco”. O pesquisador ressalta a característica de atendimento voltado a grupos ou temáticas sociais especiais, “que requerem atenção específica devido as suas características e situações vivenciais”.

Em sua pesquisa, Silvio relata o sentido de ação social tomado pelos católicos no Brasil que se envolvem nas atividades de ajuda aos mais necessitados, os pobres. O termo, neste contexto, significa de forma mais elementar a oferta de comida e roupa. “É atitude louvável do ‘bom samaritano’”, resume o pesquisador.

A pesquisa – A amostra da pesquisa é de 26 Igrejas Particulares no Brasil, entre dioceses e arquidioceses, e admite um erro amostral de até 5% para mais ou para menos. Os dados referem-se ao ano de realização da investigação, 2014. Foi decidido não incluir na pesquisa as organizações dedicadas a assistência de Saúde (hospitais) e as de Educação (escolas católicas). “De um lado não existem dados confiáveis e disponíveis sobre o atendimento realizado por estas instituições. De outro, as dimensões destes trabalhos são gigantescas e seguramente distorceriam os resultados quando mesclados com iniciativas menores”, explica Sant’Ana. No entanto, as Obras Sociais criadas e patrocinadas por hospitais e escolas católicos fazem parte da amostra.

É considerado o número de 10.760 paróquias, dado disponível de 2010, para encontrar mais de 32 mil iniciativas estruturadas, uma vez que, a partir de uma outra pesquisa, feita pelo Centro de Estatísticas Religiosas e Investigações Sociais (CERIS), em 1999, que apontava pelo menos três iniciativas de ação social em cada paróquia do Brasil. A este número, somam-se as associações de obras sociais dispostas em cada diocese e as iniciativas dos mais de 500 institutos e ordens religiosas e de vida apostólica distribuídos em 1026 sedes em todo o país.

Dos 499,9 milhões de atendimentos da Igreja, 393,5 milhões correspondem às Obras Sociais. Este número corresponde a quase 30,3 milhões de pessoas atendidas, número equivalente a 88% do número total de pobres do país.

As Pastorais Sociais realizaram, em 2014, 106,4 milhões de atendimentos. São 8,9 milhões de pessoas atendidas e 2,7 milhões de famílias. A cobertura nas dioceses do Brasil tem destaque pela presença da Pastoral da Criança na totalidade das Igrejas Particulares do Brasil. Em seguida, somente a Pastoral Carcerária e a Pastoral da Pessoa Idosa têm cobertura em mais da metade das dioceses brasileiras. No menor grau de capilaridade, as pastorais do Surdo, da Mobilidade Humana, da Ecologia, Afro-Brasileira e dos Direitos Humanos estão em 9% das dioceses, cada, o que significa 25 localidades, praticamente coincidindo com o número de cidades capitais.

(Fonte: CNBB – para ver a matéria na íntegra, acesse: http://www.cnbb.org.br/pesquisca-cnbb-igreja-no-brasil-tem-exercito-de-caridade-dedicado-a-acoes-sociais/.

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