Por Dom Jailton Oliveira Lino
Bispo de Teixeira de Freitas/Caravelas (BA)
Ao nos aproximarmos do Jubileu de 2025, somos convidados a refletir sobre o significado profundo dessa celebração e o impacto que ela pode ter em nossas vidas e em nossa sociedade. O conceito de Jubileu, presente no Livro de Levítico, vai além de um tempo de festa. É um chamado à libertação, ao perdão das dívidas, à reconciliação e ao restabelecimento de uma ordem mais justa.
Nos dias de hoje, marcados por crises sociais e econômicas, por divisões e pela indiferença, o tema “Peregrinos da Esperança” ressoa como uma voz profética. O Jubileu nos lembra que somos todos caminhantes nesta terra, guiados por uma promessa maior. Assim como a figueira mencionada por Jesus no Evangelho de Marcos (13, 24-32), somos chamados a perceber os sinais dos tempos e a nos prepararmos para a chegada do Reino de Deus.
A mensagem de Jesus nos desafia a olhar além das tribulações. Ele nos ensina que, mesmo quando o sol parece escurecer e as estrelas parecem cair, há uma promessa que jamais se apaga: a sua Palavra. Este é o alicerce de nossa esperança. É nela que encontramos força para agir, especialmente em um mundo que clama por justiça e compaixão.
Como Igreja, somos convocados a ser instrumentos dessa esperança. Em tempos de crescente desigualdade e desamparo, o Jubileu é uma oportunidade de sermos agentes de transformação. Libertar o oprimido, perdoar, promover o diálogo e cuidar dos mais vulneráveis são ações concretas que podem transformar o presente e construir um futuro mais solidário.
Este Jubileu não é apenas um marco no calendário litúrgico; é um convite à renovação pessoal e comunitária. É um chamado a enxergar no outro o rosto de Cristo e a sermos sinais visíveis de que o Reino de Deus está próximo. Que nossas atitudes diárias reflitam essa esperança, e que nossa caminhada como peregrinos nos leve a um mundo mais humano, mais fraterno e mais próximo do sonho de Deus.
Fonte: CNBB