O amor da família

Imagem de Nathan Dumlao em Unsplash

Por Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)

 

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! A vida é para todos nós uma escola de aprendizado constante, e é na família que as crianças aprendem a confiar no amor de seus pais. A família também tem uma função pedagógica, nela nós aprendemos a amar. E na escola do amor todos nós somos eternos discípulos. 

Temos presente que as férias escolares e de trabalho oferecem aos pais e aos filhos novas oportunidades de convivência familiar, de encontrar amigos, de rever lugares que fazem parte da história pessoal e familiar, e sempre irão fazer parte da nossa vida, não importa a estrada do sucesso ou as distâncias que iremos percorrer neste planeta.   

As férias são um tempo para fortalecer os laços familiares, para matar as saudades, e, porque não dizer, um tempo para aprender novas lições para a vida, a partir da escola família. Talvez não nos damos conta, ou não percebemos, que o tempo vai passando para os filhos e para os pais. Os filhos vão crescendo, se tornam mais seguros, e como passarinhos alçam voos, que os levam cada vez para mais longe do ninho. Pode acontecer que todos estejam tão empenhados com os projetos pessoais que não percebem que o tempo vai deixando suas marcas, de amor e de afeto, na vida de cada um.  

O amor a Deus e ao próximo sempre foi uma marca forte do cristianismo, que procurou fazer do amor o centro de todas as relações humanas. O amor não pode ser ensinado com um curso acadêmico. E devemos recordar que todos os aspectos da nossa vida podem ser afetados pelo amor: o amor divino, o nosso amor e o amor ao próximo. 

Mas aprender a amar é um processo, tendo presente que o amor verdadeiro não se compra nem se vende, porque é na gratuidade que se revela o verdadeiro amor. Esse amor gratuito deveria estar presente na vida familiar, mas sabemos que, mesmo nas melhores famílias, podem surgir ocasiões em que a presença desse amor é deficiente, e o lar, em vez de ser um recanto de paz e de aconchego, pode representar um lugar de violência, de falta de compaixão e de destruição da vida dos filhos e dos pais. 

Aquilo que aprendemos na convivência familiar sobre o amor pode ser aperfeiçoado, desenvolver-se, confirmar-se, ser negado ou ser assimilado na trajetória da nossa vida. Porém, na base de todo desenvolvimento estará sempre a experiência do amor que recebemos nos primeiros anos de vida. Neste sentido, a família pode ser reconhecida, como a primeira instituição de amor, que tem uma forte influência durante toda a nossa vida. Que no aconchego do lar as nossas famílias saibam cultivar o amor, como sinal da presença do amor de Deus. 

Por intercessão de Nossa Senhora de Caravaggio, nossa mãe, rainha e padroeira de nossa Diocese, abençoe-vos o Deus todo poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 

Fonte: CNBB

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