Lideranças do COPAR se reúnem em Itabira e discutem agenda da Regional I
Cerca de 50 pessoas participaram da reunião do Conselho Pastoral Regional (Copar) que aconteceu neste sábado, dia 9, no salão paroquial da Matriz de Nossa Senhora da Saúde, em Itabira.
Representantes das diversas paróquias que compõem a Regional I, incluindo os párocos, passaram toda a manhã discutindo pontos do calendário deste ano, as ações a serem tomadas, os caminhos e perspectivas para os avanços no trabalho pastoral.
Durante a acolhida e oração inicial, foram lembrados os mortos e os desaparecidos na catástrofe de Brumadinho e também os(as) irmãos(as) que vivem momentos apreensivos nas cidades de Barão de Cocais e Itatiaiuçu.
Na pauta da reunião alguns pontos se destacaram: a Semana Missionária, a Abertura da Campanha da Fraternidade 2019, a IV Romaria das Águas e da Terra – que será realizada este ano em Itabira -, e o posicionamento da Igreja diante da preocupação de várias comunidades que vivem em estado de tensão e vigilância por causa das barragens da Vale no município.
A Semana Missionária, prevista para acontecer de 20 a 27 de outubro em todas as paróquias da Diocese, terá algumas peculiaridades em Itabira. A Paróquia Nossa Senhora da Penha já realiza a “Missão de Férias” em julho e deve manter este cronograma. A Paróquia Sagrado Coração de Jesus deve realizá-la no período de 7 a 13 de outubro.
A programação da abertura da Campanha da Fraternidade 2019 também foi definida. No dia 10 de março, a partir das 8h, acolhida no estacionamento do Hospital Nossa Senhora das Dores. Às 8h30 os participantes saem em caminhada rumo à Praça Dr. Acrísio de Alvarenga, no centro da cidade. Durante o percurso serão realizados quatro momentos reflexivos:
Saúde Pública: direito de todos, dever do Estado.
Não à violência, Vida em primeiro lugar.
Não há direitos sem participação popular. Não há democracia sem direitos.
Os bens da criação se vão, ficam a miséria e destruição. E agora José?
Às 10h, Santa Missa e encerramento na Praça Acrísio.
No próximo mês, dia 16/03, será realizado o Seminário Preparatório para a IV Romaria das Águas e da Terra com o tema: “Bacia do Rio Doce: Nossa Casa Comum!” e o lema: “Os bens da criação se vão, ficam a miséria e destruição. E agora José?”
A Romaria acontecerá no dia 2 de junho e as comunidades paroquiais de Itabira serão responsáveis pelo acolhimento aos irmãos que vêm de várias cidades. A mobilização para os preparativos começa agora.
Um dos temas mais polêmicos do encontro foi, sem dúvida, o assunto “barragens da Vale” que têm tirado o sono de muita gente. Após o desastre em Brumadinho e, recentemente, o estado de alerta emitido em Barão de Cocais, os itabiranos estão ainda mais apreensivos. A Comunidade Nossa Senhora da Conceição, uma das três comunidades da Paróquia da Saúde, está enfrentando este momento de incertezas.
Há cerca de 10 dias, uma manifestação no centro da cidade atraiu dezenas de pessoas e contou com a participação de lideranças religiosas. O movimento, que começa a ganhar corpo, discute, entre outras questões, a criação de um Comitê representativo, sobretudo para as comunidades que seriam imediatamente impactadas com um possível rompimento de barragens em Itabira.
No dia 12 deste mês, está prevista uma visita de representantes da Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano à cidade de Brumadinho. O pároco Renato Menezes Cruz, da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, destacou que, embora a responsabilidade material de auxílio às famílias seja da Vale, cabe à Igreja e aos cristãos “dar suporte humano e espiritual” aos irmãos que sofrem neste momento. E acrescentou: “Nós estamos lutando contra um dragão. Mas Deus colocará os pequenos para vencer este dragão”. O padre fez analogia a alguns personagens bíblicos como Ruth.
Maria da Conceição Andrade, membro da Cáritas e da Pastoral do Menor, em um momento de desabafo questionou: “Até que ponto nós podemos ficar indiferentes a isso? Sem fazer nada?” Ela também manifestou a preocupação com moradores dos bairros Conceição, Rio de Peixe, Bateias etc.
Sobre este assunto, os participantes saem do encontro com a proposta de realizar assembleias populares que contem diretamente com a participação dos padres.
O encontro terminou com um almoço de confraternização.