Forte terremoto no Haiti, centenas de vítimas

Haiti após terremoto | Foto: HaitiInfoProj
O balanço se agrava a cada hora, embora as notícias permaneçam incertas. As agências de notícias falam de mais de 300 mortes, que podem chegar aos milhares, pior do que ocorreu em 2010. O primeiro-ministro declarou o estado de emergência.

 

O terremoto teve intensidade de 7,2 na escala Richter e também foi sentido na Jamaica: tremores repetidos a partir das 8,30 horas locais (8,30 hora de Brasília) de sábado, 14 de agosto. O epicentro foi localizado a 20 km da cidade de Petit Trou de Nippes, cerca de 150 km a oeste da capital Porto Príncipe, a uma profundidade de 10 km, de acordo com o US Geological Survey. O instituto geológico advertiu imediatamente sobre um provável desastre com muitas vítimas, emitindo um alerta tsunami, que foi posteriormente retirado. E as previsões estão se mostrando corretas: centenas as vítimas, prédios inteiros estão em ruínas e milhares de pessoas saíram às ruas em pânico. A memória ainda é viva do terremoto que há 11 anos matou pelo menos 200.000 pessoas e feriu outras 300.000, colocando de joelhos um país que ainda não se recuperou.

O balanço, que se agrava a cada hora, já ultrapassa 300 mortos, segundo o departamento de proteção civil, que reporta 160 vítimas no sul, 42 no departamento de Nippes, 100 em Grand’Anse e duas no noroeste do país. O medo agora é que a situação possa piorar ainda mais no início da semana, quando a tempestade tropical Grace deverá chegar ao Haiti. É um estado de emergência e todas as forças possíveis estão sendo mobilizadas, enquanto ajudas estão chegando de fora, especialmente dos Estados Unidos. O presidente Biden anunciou ajuda “imediata” e nomeou a administradora da agência USAID Samantha Power como a responsável estadunidense “para coordenar as ajudas”.

O testemunho dos missionários

“Este país está estremado”, disse Maddalena Boschetti que se encontra no noroeste do Haiti, uma missionária genovesa fidei donum, que está no país há 18 anos: eles sentiram os tremores mas não registram danos. Tudo está concentrado no sul”, explica ela, falando de mais uma dificuldade para o povo. “Os pobres são os mais expostos e mais uma vez farão uma acrobacia para tentar ir avante. É Deus que nos empurra porque a força humana está no seu limite”.

Uma crise sem solução

Vídeos e fotos compartilhados online mostraram imediatamente o desastre criado. Entre as áreas mais atingidas Jérémie e Les Cayes. Os edifícios religiosos, escolas e casas foram danificados. Também uma igreja, na qual parece que estava em andamento uma cerimônia na cidade de Les Anglais, 200 km a sudoeste de Porto Príncipe ficou destruída. Um desastre que chega em meio a uma profunda crise política e de saúde depois que o presidente Jovenel Moise foi assassinado em sua casa por um comando de homens armados há pouco mais de um mês. Ainda há uma falta de clareza sobre o assassinato, que também tem suas raízes na violência generalizada no país. Este é o medo de muitas agências humanitárias. A Fundação Francesca Rava, presente no país desde 1987 com três hospitais, casas e escolas de treinamento, informou, através de sua presidente Maria Vittoria Rava, sobre a destruição e o trabalho de socorro iniciado graças ao trabalho do Padre Richard Frechette, que coordena as equipes médicas.

Entretanto, a grande máquina de solidariedade, não só internacional, mas também da Igreja com a Cáritas, está em andamento. “Um choque terrível – disse o diretor da Cáritas Les Cayes, contatado por telefone pela Cáritas Italiana – o escritório diocesano permaneceu milagrosamente intacto, o bispo e os religiosos presentes na sede episcopal, que foi destruída, estão a salvo, mas sob os escombros poderiam se encontrar algumas pessoas. A diocese de Jeremie está isolada e não há contato com os religiosos locais.

A Cáritas Itália, presente no local, expressou sua proximidade através da oração e solidariedade, com uma ação que já – destaca em uma nota – está coordenando com outras organizações nacionais da Cáritas a fim de responder “às numerosas emergências em andamento”.

Fonte: Vatican News – Gabriella Ceraso e Antonella Palermo

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