“Bem-vindos à mesa do Pai, onde o Filho se faz fraternal refeição. Vinde ó Irmãos adorar, vinde adorar o Senhor. A Eucaristia nos faz Igreja, comunidade de amor.”
Embora nossa Santa Igreja tenha mais de dois milênios, o culto ao Santíssimo Sacramento, com exposição e bênção, começou com um movimento eucarístico iniciado na Bélgica, por volta de 1124. Já a Solenidade de Corpus Christi, que hoje celebramos após a Solenidade da Santíssima Trindade, foi instituída em 1264, pelo Papa Urbano IV. Mas foi com o Papa João XXII que a festa ganhou destaque sendo estendida a toda a Igreja.
Religiosidade, fé, devoção e tradição marcam uma das festas mais belas da Igreja Católica. Um momento em que os fiéis, em união fraterna, se propõem a pôr de lado as diferenças para comungar em Cristo e com Ele fortalecendo em cada membro do Corpo de Cristo este “mistério da fé”.
A Eucaristia nos faz Igreja
“Com efeito, o corpo é um e, não obstante, tem muitos membros, mas todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, formam um só corpo. Assim também acontece com Cristo. Pois fomos todos batizados num só Espírito para ser um só corpo…” (1Cor 12,12s).
A Igreja é uma assembleia que congrega a diversidade: todos, sem exceção, são convidados a se aproximarem de Jesus, conhecê-Lo intimamente e participarem do seu banquete.
A Solenidade de Corpus Christi ressalta este convite. Embora seja um dia voltado para honrar e adorar Jesus presente na Eucaristia, dedicar-Lhe todo louvor também para honra e glória do Pai, não é possível fazer isso plenamente sem a compreensão de que a Eucaristia é entrega, doação.
Jesus a instituiu na Santa Ceia já antecipando a sua total entrega por cada um de nós. Ele, o Mestre, foi quem mais se doou e serviu. Para adorar dignamente Jesus Eucarístico é preciso seguir seus passos e suas atitudes para com todos.
(É saber que à mesma mesa onde está o Mestre sentam-se também os Pedros pescadores e os Paulos doutores).
Comunidade de amor
“Eles mostravam-se assíduos ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações. Todos os que tinham abraçado a fé reuniam-se e punham tudo em comum…” (cf. At 2,42-47).
O livro dos Atos dos Apóstolos nos dá uma amostra de como as primeiras comunidades cristãs assumiram a fé, ou este “Mistério da Fé” como parte de um caminho que não se segue sozinho.
Seguindo esse exemplo é que dezenas de fiéis das três comunidades da Paróquia Nossa Senhora da Saúde se reuniram bem antes da solenidade para organizar cada detalhe.
(É sempre bom lembrar que quando entramos no templo e nos deparamos com tudo limpo, decorado, florido… é porque outras pessoas passaram por ali antes de nós e com amor, zelo e carinho prepararam a casa do Senhor para receber cada um de seus filhos e filhas).
Cada comunidade se preparou conforme os horários das celebrações.
Na Comunidade Nossa Senhora da Conceição os moradores começaram a ornamentar as ruas às 5h30 da manhã.
A Santa Missa aconteceu às 9h, sendo presidida pelo pároco, Padre Paulo Marcony, e com a participação do Diácono Paulo Barcelos, que tem realizado um importante serviço pastoral nesta comunidade.
Às 15h, a solenidade foi celebrada na Comunidade Matriz Nossa Senhora da Saúde.
No início da tarde, porém, vários paroquianos já estavam mobilizados para a colocação dos tapetes, limpeza das ruas e calçadas, e ornamentação em vários pontos do percurso da procissão.
No Largo do Batistinha e na esquina da Rua São José foram montados dois pontos principais de parada para louvores e a tradicional bênção do Santíssimo. Vale lembrar que apenas nesta dia o Santíssimo Sacramento sai às ruas. Ao longo do ano, a adoração e bênção são realizadas na Igreja. Apenas os enfermos recebem Nosso Senhor na Eucaristia fora do templo.
Dezenas de fiéis acompanharam a procissão que contou também com a especial participação da Sociedade Musical Euterpe Itabirana.
Na Comunidade Nossa Senhora de Fátima permanece a belíssima tradição de preparar o percurso da procissão com cobertores que são arrecadados na campanha “O Corpo de Cristo Aquece”. As doações são entregues às famílias mais vulnerabilizadas.
A tradição envolve pessoas de todas as idades e é um momento de verdadeira catequese também para as crianças, que não apenas participam dos preparativos como aprendem sobre o real sentido da Eucaristia e da comunhão fraternal que a que somos todos orientados.
A Santa Missa foi celebrada na Igreja Nossa Senhora de Fátima às 18h30, sendo presidida pelo Padre Paulo Marcony e contando com grande participação de fiéis.
“É o Corpo de Cristo que nos mantém unidos. Celebrar este grande mistério é celebrar também a comunhão fraterna, esta unidade entre os fiéis. É recordar o grande amor de Jesus por nós, a sua entrega na cruz pela nossa salvação” – Padre Paulo Marcony, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Saúde.
Liliene Dante
*Fotos das celebrações e procissões nas comunidades paroquiais estão disponíveis na página da Paróquia no Facebook.