Por Frei Gustavo Medella
Quatro velas acesas na Coroa do Advento. A singeleza do símbolo nos passa a ideia de um itinerário preparatório percorrido. Aprendemos mais uma vez a caminhar numa teimosa esperança, educando-nos para depositar nossa confiança mais em Deus e menos em nós. Ele foi e continuará sendo o nosso Guia, ajudando-nos a encontrar lampejos luminosos na obscuridade de nossos limites.
Na Carta Apostólica “Patris Corde”, em honra a São José, o Papa Francisco oferece uma bela catequese sobre os desígnios salvíficos de Deus: “A história da salvação realiza-se, ‘na esperança para além do que se podia esperar’ (Rm 4, 18), através das nossas fraquezas. Muitas vezes pensamos que Deus conta apenas com a nossa parte boa e vitoriosa, quando, na verdade, a maior parte dos seus desígnios se cumpre através e apesar da nossa fraqueza (…) Se esta é a perspectiva da economia da salvação, devemos aprender a aceitar, com profunda ternura, a nossa fraqueza” (PAPA FRANCISCO. Patris Corde).
Às vésperas do Natal, vamos mais uma vez renovar nossa “matrícula” na “Escola de Belém”, onde o Senhor feito criança, frágil, pequena e desprotegida, nos ensina a força da bondade e da ternura. Neste ano em que vivemos sob a sombra de uma grave pandemia, a espiritualidade do Natal aparece como remédio salutar para curar nossas dores mais profundas e para mais uma vez nos ensinar a buscarmos a força misteriosa emanada pela frágil figura do Menino Jesus e da fragilidade cuidadosa que o cerca em cada um dos personagens que contemplamos no presépio.
Fonte: Franciscanos
FREI GUSTAVO MEDELLA, OFM, é o atual Vigário Provincial e Secretário para a Evangelização da Província Franciscana da Imaculada Conceição. Fez a profissão solene na Ordem dos Frades Menores em 2010 e foi ordenado presbítero em 2 de julho de 2011.