Só uma coisa é gratuita na vida: o amor de Jesus, afirma o Papa aos jovens na Vigília da JMJ

Imagem: reprodução / Parque Tejo no momento da Adoração Eucarística JMJ /23 (Vatican News)

Na Adoração Eucarística, o silêncio tomou conta do Parque Tejo, não obstante a presença de um milhão e meio de pessoas na Vigília da JMJ com o Papa Francisco.

Grande festa dos jovens com o Papa no Campo da Graça, no Parque Tejo em Lisboa, na Vigília deste sábado, 5 de agosto, véspera do encerramento da JMJ, este domingo. Um momento forte de oração através da arte, repleto de luzes e cores, cantos, coreografias, testemunhos e Adoração Eucarística.

Momento sim, de muita alegria e emoção: no testemunho do padre António Ribeiro de Matos, um sacerdote português de 33 anos, seu encontro com Deus e de que modo sua vida mudou a partir daquele encontro. No testemunho de Marta Luís, jovem moçambicana de 18 anos, a história difícil de sua vida, num local atormentado pela guerra, e como Deus a foi sempre conduzindo do medo à esperança.

Encontrar, levantar, partir

Inspirando-se no lema desta JMJ, Maria levantou-se e partiu apressadamente, o Santo Padre desenvolveu sua reflexão perfazendo o percurso desta noite de Vigília: encontrar, levantar e partir. Ao ressaltar que Maria partiu apressadamente, lembrou que ela realiza um gesto não solicitado e sem ser obrigada. Partiu simplesmente porque ama e “quem ama voa, corre feliz”.

Maria não espera, toma a iniciativa: vai ajudar a prima Isabel e, sobretudo, apressa-se a dar-lhe o que há de mais precioso: a alegria. É missionária da alegria e por isso tem pressa, frisou o Pontífice. “A alegria é missionária!”.

E não só, Maria ensina-nos que é preciso a constância da caminhada, não permanecer no chão se cair. E se alguém cair, ajudar o outro a se levantar – única ocasião em que é lícito olhar alguém de cima para baixo.

Nas quedas, levantar-se, e partir novamente

O Papa faz uma metáfora futebolística para afirmar que assim como é preciso de muito treino para marcar um gol, o mesmo acontece na vida:

“Às vezes, não temos vontade de caminhar, não temos vontade de nos esforçar, copiamos nas provas porque não queremos estudar e não conseguimos. Não sei se algumas pessoas gostam de futebol. Eu gosto. O que há por trás de um gol? Muito treinamento. O que há por trás do sucesso? Muito treinamento. E na vida, nem sempre podemos fazer o que queremos, mas o que a vocação que tenho dentro de mim – todo mundo tem sua própria vocação – nos leva a fazer. Caminhar; se eu cair, levantar-me ou ser ajudado a me levantar; não ficar no chão; e treinar, treinar ao longo do caminho.”

Caminhar com esperança, sem medo

Tudo isso é possível, acrescentou Francisco, não porque fazemos cursos sobre o caminho – não há curso para nos ensinar a caminhar na vida, nós aprendemos, aprendemos com nossos pais, aprendemos com nossos avós, aprendemos com nossos amigos, segurando as mãos uns dos outros. Na vida, você aprende, e isso é um treinamento ao longo do caminho.

“Deixo vocês com esta ideia: caminhar e, se caírem, levantar-se. Caminhar com uma meta. Treinar todos os dias na vida. Na vida, nada é gratuito. Tudo se paga. Só há uma coisa gratuita: o amor de Jesus. Portanto, com essa coisa gratuita que temos, o amor de Jesus, e com o desejo de caminhar, caminhemos com esperança, olhemos para nossas raízes e sigamos em frente sem medo, sem medo.

Não tenham medo! Obrigado!”

Após o pronunciamento do Santo Padre, seguiu a Adoração Eucarística e o silêncio tomou conta do Parque Tejo, não obstante a presença de um milhão e meio de pessoas.

Raimundo de Lima/Bianca Fraccalvieri

Fonte: Vatican News

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