O Serviço a Migrantes e Refugiados Brasil iniciou em 2018 o Programa Acolhe Brasil, mobilizando esforços para apoiar a interiorização de migrantes e solicitantes de refúgio venezuelanos. Diante do conflito na Ucrânia, o programa está avançando para uma segunda etapa.
Por Padre Modino – CELAM
Mais uma guerra, causando uma avalanche de refugiados, de pessoas inocentes sofrendo as consequências de uma ofensiva militar que quase ninguém entende. Quase 3 milhões de pessoas já fugiram da Ucrânia, um número que poderia aumentar para 4 milhões se a guerra continuar.
Neste contexto, o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) está trabalhando para mobilizar recursos em todo o mundo de forma coordenada para fornecer assistência imediata tanto na Ucrânia como nos países vizinhos, que têm mantido suas fronteiras abertas para acolher aqueles que fogem da guerra.
O fluxo de refugiados, tanto dentro do país como a caminho de outros países, é constante. Em resposta a esta situação, os jesuítas estão dando apoio em várias cidades do país para aqueles que se dirigem para a fronteira, a maioria deles para a Polônia. O trabalho do JRS está facilitando o transporte de pessoas das fronteiras, além de fornecer suprimentos básicos e apoiar as pessoas na busca de acomodações temporárias através de assistência para aluguel. Além disso, está sendo prestada assistência jurídica, administrativa e psicológica.
O mesmo está sendo feito na Romênia, Hungria e Eslováquia. Também nos países balcânicos, o JRS está se organizando para receber alguns refugiados ucranianos se a guerra persistir. O mesmo está sendo planejado nos 22 escritórios nacionais do JRS Europa, buscando a coordenação com as autoridades públicas.
O Serviço a Migrantes e Refugiados Brasil iniciou em 2018 o Programa Acolhe Brasil, mobilizando esforços para apoiar a interiorização de migrantes e solicitantes de refúgio venezuelanos. Diante do conflito na Ucrânia, o programa está avançando para uma segunda etapa, a fim de favorecer a acolhida de ucranianos/as e afegãos/ãs.
No caso dos Ucranianos/as e Afegãos/ãs, o programa tem 5 passos, partindo de sensibilizar e consolidar “espaços de acolhida”, buscando favorecer a integração socioeconômica e cultural dessas pessoas no Brasil. Desde o SJMR Brasil está sendo procurado espaços de acolhida com parceiros e em condições dignas. Para isso convidam famílias, comunidades e coletivos com interesse em acolher, colocando à disposição dos interessados um link para se cadastrar: https://bit.ly/acolhe_brasil
O SJMR incentiva que as comunidades e paróquias da Igreja Católica em todo país possam fazer esforços para acolher ao menos uma família. Quem manifestar interesse serão capacitados, recebendo posteriormente um certificado de “espaço de hospitalidade”. A acolhida será por até 3 messes e será oferecido aos refugiados um curso de português.
O Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados Brasil quer que essa experiência seja uma oportunidade para fazer realidade “uma hospitalidade fraterna, solidária e expressão concreta que somos uma só família humana”. Quem acolhe está diante da possibilidade de “contribuir com a continuidade do projeto de vida de muitas pessoas, além de realizar uma rica troca cultural”.
Não esqueçamos as palavras do Papa Francisco: “Os migrantes e os refugiados (…) não chegam de mãos vazias: trazem uma bagagem feita de coragem, capacidades, energias e aspirações, para além dos tesouros das suas culturas nativas, e deste modo enriquecem a vida das nações que os acolhem”.
Fonte: Vatican News