São Pedro e São Paulo: os gigantes da fé

Neste domingo os católicos do mundo inteiro celebram a solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo. Eles são considerados colunas da Igreja, por isso, a eles é devido um culto especial. Na verdade, a data da celebração é 29 de junho que, segundo uma antiga tradição romana, é o dia em que os dois Apóstolos foram martirizados. No entanto, a Igreja, querendo venerar de forma condigna estes dois gigantes da fé, transfere a celebração para o domingo.

A solenidade de São Pedro e São Paulo é muito antiga. Em meados do século III já encontramos testemunhos desta celebração. O calendário Filocálio e o Martirológio jeronimiano informam que São Pedro era celebrado na Via Aurélia e São Paulo na Via Ostiense. Na antiguidade, as festas dos santos eram celebradas em seus túmulos ou na proximidade deles. Por isso, como se constata acima, havia dois ofícios religiosos: no túmulo de São Pedro e no de São Paulo.

Santo Agostinho, no século V, afirma: “Num só dia celebramos o martírio dos dois Apóstolos. Na realidade, os dois eram como um só. Embora tenham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho. Pedro foi à frente; Paulo o seguiu. Celebramos o dia festivo consagrado para nós pelo sangue dos Apóstolos. Amemos a fé, a vida, os trabalhos, os sofrimentos, os testemunhos e as pregações destes dois Apóstolos”.

O Martirológio romano anuncia a festa nestes termos: “Solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos. Simão, filho de Jonas e irmão de André, foi o primeiro entre os discípulos a confessar que Jesus era o Cristo, Filho de Deus vivo, por quem foi chamado Pedro. Paulo, o Apóstolo dos gentios, pregou Cristo crucificado aos judeus e aos gregos. Ambos, na fé e no amor de Jesus Cristo, anunciaram o Evangelho na cidade de Roma e morreram mártires no tempo do imperador Nero: Pedro, segundo a tradição, foi crucificado de cabeça para baixo e sepultado no Vaticano, junto à via Triunfal; Paulo morreu ao fio da espada e foi sepultado junto à Via Ostiense. O triunfo dos dois Apóstolos é celebrado neste dia com igual honra e veneração em todo o orbe da terra”.

Paulo, antes de sua conversão se chamava Saulo. Nasceu em Tarso, na província romana da Cílicia. Era da tribo de Benjamim. Foi educado nos rígidos princípios dos fariseus. Possuía o valioso privilégio de ser cidadão romano. Tirava seu sustento da fabricação de tendas. Depois que “caiu do cavalo”, no caminho de Damasco, retirou-se para o deserto, onde se preparou para sua grande missão. Chamado por Barnabé, envolveu-se na organização da Igreja em Antioquia. Ali, durante uma celebração, ele e Barnabé foram enviados em missão. Depois de fundar as Igrejas continuava a orientá-las através de cartas que nos permitem penetrar nos segredos de sua grande alma. Ele é realmente um dos grandes no reino do céu.

Os Evangelhos contam-nos em breves linhas a vocação de Simão Pedro. Seu irmão André, depois de passar um certo tempo com Jesus, encontra-se com Simão e anuncia-lhe: “Encontramos o Cristo”. Em seguida, leva-o até Jesus que, olhando para ele, diz: “Tu és Simão, filho de João. Tu te chamarás Cefas! – que quer dizer Pedro” (Jo 1,40-42). Mais tarde, ao confiar-lhe o ministério de “ligar e desligar”, disse: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18). A palavra Cefas ou Pedro, além de rocha dura, significa também rochedo escavado e abobadado, como uma gruta rochosa que serve de descanso, refúgio e abrigo, aos fugitivos em época de invasões, guerras e perseguições. Serve também para abrigar os pobres que vivem ao relento.

Porque São Pedro foi o primeiro Papa, a Igreja passou a celebrar, no dia de sua festa, o Dia do Papa.

Francisco, nosso atual Papa, tem exercido de forma brilhante o seu ministério petrino. Tem sido um refúgio e um abrigo seguro para todos nós. Lembremos apenas três exemplos: 1) Os moradores de rua, em Roma agora têm banheiros, chuveiros e lavanderias para cuidar de sua higiene pessoal; 2) Os migrantes e refugiados têm na pessoa do Papa Francisco seu grande aliado. Suas idas à ilha de Lampedusa, logo no início de seu pontificado e mais tarde, à ilha de Lesbos não precisam de comentários; 3) Os encontros mundiais que ele tem promovido com os líderes dos movimentos populares são outro grande sinal de sua preocupação em acolher e abrigar os pobres que vivem ao relento. Num desses encontros afirmou com muita ênfase: “nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem a dignidade que o trabalho dá”.

Rezemos pelo nosso Papa para que tenha longa vida e continue a ser o que tem sido: defensor dos pobres e excluídos.

Fonte: CNBB

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