Por Frei Gustavo Medella
Pedro e Paulo. Eis que estamos diante de dois homens inteiros, pessoas realizadas. A maturidade e a plenitude que encontraram ao abraçar o seguimento de Jesus Cristo transparecem em afirmações apresentadas nas leituras da Solenidade que neste domingo celebramos. Ambos sentem, no profundo do coração, a suave sensação do dever cumprido, não por seus próprios méritos, mas tendo como referência o Senhor e tudo aquilo que Ele foi capaz de sofrer por amor.
Nos Atos dos Apóstolos, o humilde pescador a quem Jesus entregou a condução da Igreja, constata: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava!” (At 12,11). A convicção de Pedro é fruto de um discernimento que ocorre no desenrolar da vida, de um espírito valente de adesão e entrega que se fortalece no decorrer da caminhada, tanto que, quando ainda preso, durante a ação do anjo, chegou a pensar que a ação de Deus em favor dele pudesse ser uma visão (Cf. At 12,9).
Na Carta que escreve a Timóteo, Paulo, o Apóstolo dos Gentios, contempla o passado com gratidão, vive o presente com paixão e lança-se ao futuro com esperança, tornando-se capaz de afirmar: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4,7).
Pedro e Paulo foram martirizados. Conservaram até o fim a fidelidade ao Amor pelo qual um dia se sentiram atraídos. Sobre a Solenidade de São Pedro e São Paulo, escreve Santos Agostinho: “Num só dia celebramos o martírio dos dois apóstolos. Na realidade, os dois eram como um só. Embora tenham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho. Pedro foi à frente; Paulo o seguiu. Celebramos o dia festivo consagrado para nós pelo sangue dos apóstolos. Amemos a fé, a vida, os trabalhos, os sofrimentos, os testemunhos e a pregação destes dois apóstolos” (Dos Sermões de Santo Agostinho).
Fonte: Franciscanos
FREI GUSTAVO MEDELLA, OFM, é o atual Vigário Provincial e Secretário para a Evangelização da Província Franciscana da Imaculada Conceição. Fez a profissão solene na Ordem dos Frades Menores em 2010 e foi ordenado presbítero em 2 de julho de 2011.