Na sua mansidão e humildade transbordantes e luminosas, nos chama a tornar-nos a ser como seu Filho, artesãos da paz e da não violência, revelando de forma perfeita a misericórdia e a ternura do Pai do Céu.
Por Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos (RJ)
A solenidade de São José, que este ano 2023 foi antecipada para 18 de março (pela precedência do domingo da quaresma), nos apresenta um modelo de paternidade e de confiança que nos animam na conversão quaresmal e renovação plena da vida cristã. Sua especial missão, de guardião e protetor da Sagrada Família e Patriarca Universal da Igreja, revelam um exercício de permanente solicitude e providência amorosa para todos (as) os seus filhos espirituais.
Paternidade vivenciada em face de riscos e desafios, como migrante e refugiado atravessando duas vezes o deserto, e morando no Egito por um período. Num tempo como o atual, de carências e necessidades prementes, saber que temos um Pai nutrício que cuida e acompanha com desvelo a situação precária de seus preferidos os pobres, nos convida a imitá-lo e a cooperar com sua benignidade e generosidade proverbiais.
Mas também nos estimula a trabalhar com empenho pela justiça maior do Reino, fazendo acontecer a solidariedade com os fracos e a defesa dos direitos das famílias desamparadas e carentes. Como padroeiro dos operários e colaboradores da edificação de um mundo mais equitativo e sustentável, nos ensina a santificar-nos no trabalho, com o trabalho e pelo trabalho, forjando uma humanidade fraterna que compartilha e com divide os bens da criação.
Na sua mansidão e humildade transbordantes e luminosas, nos chama a tornar-nos a ser como seu Filho, artesãos da paz e da não violência, revelando de forma perfeita a misericórdia e a ternura do Pai do Céu. Sua presença na Igreja nos permite aprender que para viver a sinodalidade e a comunhão que o Papa Francisco nos pede, a exercer mais a escuta atenta e silenciosa, para enchermo-nos da Palavra e construir espaços de diálogo e convergência na família, no bairro, na cidade e no mundo inteiro.
Finalmente e não menos importante com seus atributos simbólicos o lírio e o nardo, acrescentamos a nossa vida a pureza de coração, a simplicidade autêntica e a alegria de servir a Jesus com Maria sua Esposa e nossa Mãe. Valei-me São José!
Fonte: Vatican News