Seja bem-vindo(a) em nosso site oficial . Itabira (MG), 29 de julho de 2025

28/07 Notícias em Geral Santa Sé e Azerbaijão assinam acordo sobre diálogo inter-religioso
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Foi assinado, no Vaticano, o Memorando que favorece a cooperação entre Igreja e Estado nas relações inter-religiosas. Cardeal Koovakad: como esperava o Papa Leão, que as nossas “relações bilaterais amigáveis” promovam com mais vigor “a verdade, a justiça e a paz”.
Um caminho longo que tem suas raízes no Concílio Vaticano II, marcado ao longo dos anos pelo diálogo e pela estima recíproca, culminando no Acordo Bilateral de 2011 e agora enriquecido por um novo Memorando de Entendimento sobre o diálogo inter-religioso. Em sua saudação às autoridades azerbaijanas presentes na cerimônia desta manhã de segunda-feira, 28 de julho, no Vaticano, o cardeal George Koovakad, prefeito do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso, resume o caminho percorrido pela Santa Sé e pela República do Azerbaijão para chegar à assinatura do documento que diz respeito a um “âmbito vital”: o diálogo entre diferentes religiões. Para o cardeal, este documento representa “um sinal claro do desejo compartilhado de continuar trabalhando juntos pela formação integral de cada pessoa, como fiéis e cidadãos”.

O encorajamento dos Papas
Além disso, o cardeal Koovakad observa que “nas últimas décadas, a Santa Sé e a República do Azerbaijão demonstraram um desejo comum de desenvolver e fortalecer suas relações” com uma série de medidas incentivadas por São João Paulo II em 2002 e pelo Papa Francisco em outubro de 2016, sem esquecer a visita de 2008 ao Azerbaijão, durante a qual o cardeal Bertone expressou a proximidade de Bento XVI.

Na base do Memorando assinado, nesta segunda-feira, está o acordo bilateral de abril de 2011 entre a Santa Sé e a República do Azerbaijão. O prefeito do dicastério Vaticano observa que, além de consolidar as relações bilaterais e permitir que a Igreja cumpra sua missão na República do Cáucaso, o documento tornou-se “um instrumento valioso para promover o princípio da liberdade religiosa”, consagrada na própria Constituição do Azerbaijão. Este documento, ressalta ele, demonstra “o respeito por uma comunidade religiosa minoritária e como cristãos e muçulmanos podem conviver em harmonia”.

As raízes do Vaticano II
O cardeal Koovakad enfatiza a importância que o Papa Francisco atribuiu nos últimos anos ao diálogo inter-religioso, entendido como motor de uma “cultura de paz”, no espírito do Documento sobre a Fraternidade Humana e, antes disso, do Concílio Vaticano II com a Declaração Nostra Aetate sobre a Liberdade Religiosa, que celebrará seu 60º aniversário em outubro próximo. Desde 1965, observa o cardeal, “surgiram novas áreas de compromisso compartilhado, como o desejo de cuidar e proteger o ambiente e a necessidade de um uso ético da inteligência artificial. Gestos concretos de cooperação em questões tão importantes contribuirão para a construção de um mundo mais pacífico, um desejo que reside no coração de cada homem e mulher de boa vontade”.

Impulso pela paz
O prefeito do dicastério vaticano agradece ao presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e a Ramin Mammadov, máxima autoridade do Estado no que diz respeito às associações religiosas, “pela aprovação e apoio a este importante Memorando”, reconhecendo também o “compromisso constante” do Xeique ul-Islam Allahshukur Pashazade, presidente do Conselho dos Muçulmanos do Cáucaso, que “apoiou” “a construção de uma nova igreja católica em Baku após a destruição da existente na década de 1930”. Ele conclui ecoando as palavras de Leão XIV em seu discurso ao Corpo Diplomático no início de seu pontificado, expressando a esperança de que as “relações bilaterais amistosas” entre Santa Sé e Azerbaijão “recebam agora um impulso renovado para progredir e se fortalecer ainda mais, à medida que buscamos promover a ‘verdade, a justiça e a paz’ para toda a humanidade”.

Alessandro De Carolis – Vatican News