Rezar pressupõe aceitar o plano de Deus

Foto de Juan Diego em Cathopic

Por Frei Clarêncio Neotti

 

Toda a tentativa de descobrir a maneira íntima de um santo rezar é frustrante, porque o jeito de um santo rezar é inacessível a explicações, ainda que ele tenha deixado orações por escrito; porque sua oração se confunde com sua experiência de Deus. E a experiência de Deus é totalmente pessoal.

Se assim é com a oração de um santo, o que não há de ser com a oração de Jesus, santíssimo, que tinha uma experiência do Pai não apenas a partir de seu coração humano, mas também, e em primeiro lugar, de seu coração divino, todo amor? Jesus agradece ao Pai. Mas não é um agradecimento, apenas. Ele acaba de ser rejeitado pelos fariseus e doutores da lei, que querem alcançar Deus pela sabedoria humana, por sua cabeça cheia de conhecimentos armazenados, por ritos executados. Mas têm um coração pesado de orgulho, de autossuficiência e não podem entender as propostas novas que Jesus lhes faz. O orgulhoso tende sempre a condenar e reduzir à humilhação (quando não à morte) os que pensam diferentemente.

No agradecimento de Jesus, está a aceitação do plano de Deus. Esse passo da inteligência e do coração só consegue dar quem se considera pequenino, vazio de preconceitos, transparente como uma gota de orvalho. Jesus ensina que, para rezar verdadeiramente ao Pai, devemos ter o coração desamarrado de interesses egoístas e pronto a aceitar o plano de Deus, ainda que difícil de entender.

Fonte: Franciscanos


FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFMentrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Durante 20 anos, trabalhou na Editora Vozes, em Petrópolis. É membro fundador da União dos Editores Franciscanos e vigário paroquial no Santuário do Divino Espírito Santo (ES). Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.

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