Para nós que intuímos ser nossa peregrinação sobre esta terra, ainda longa, resta-nos, além de fazer o bem, contar com a presença materna de Maria e o alimento cotidiano da Eucaristia, o pão da Vida, descido do Céu.
A primeira leitura, extraída do Livro de Jó 7, 1-4.6-7, inicia com uma pergunta para lá de real, neste tempo de pandemia e acentuação e agravamento da queda econômica das pessoas; além das dores e lutos, legalmente impedidos de serem vividos e presentes a cada dia, a falta de dinheiro no bolso se reflete à mesa e em outras situações em que se vive a dificuldade de manter a dignidade querida por Deus para seus amados filhos.
Sim, a vida sobre esta terra, é uma luta! Não é à toa que a oração denominada “Salve Rainha”, fala em “gemendo e chorando neste vale de lágrimas”, para logo suplicar “advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro…”
Ao mesmo tempo em que no final da leitura Jó diz ao Senhor: ”Lembra-te de que minha vida é apenas um sopro e meus olhos não voltarão a ver a felicidade”.
Mas para nós que cremos na ressurreição, a Salve Rainha continua “…mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, o doce e sempre Virgem Maria”.
Para nós que intuímos ser nossa peregrinação sobre esta terra, ainda longa, resta-nos, além de fazer o bem, contar com a presença materna de Maria e o alimento cotidiano da Eucaristia, o pão da Vida, descido do Céu.
O Evangelho, tirado de Marcos 1, 29-39 nos aponta a alegria e a consolação com a presença do Cristo no meio de seu povo, é a esperança que se torna realidade.
Os discípulos estão entorno do Mestre, mas não abandonaram as famílias. A sogra de Pedro está acamada e Jesus é levado até ela pelos companheiros de seu genro Simão e do irmão dele, André, os pescadores Tiago e João. O Senhor está envolvido pela família e pelos amigos da família, que pedem a ele a cura da senhora, querida por todos. Jesus consciente da situação e da missão dada pelo Pai, deve fazer algo. Ele toma a mão da sogra do amigo e a levanta curada. Na sequência, a senhora começa a servi-los, além de ser uma forma de agradecimento pela cura, ela faz o papel de dona de casa. A doença, a febre passou; agora é necessário servir, a vida segue!
Evidentemente a residência ficou como referência para o povo da região e os familiares perderam a privacidade. Todos queriam ver o Mestre e levar a ele seus problemas e aflições. Jesus não se fez de rogado, mas “curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios”.
Quando a paz retornou à aldeia, Jesus e a família foram descansar. Pela madrugada, o Senhor se levantou e foi conversar com o Pai, em um local deserto, com alguma privacidade.
Pela manhã, o genro da dona da casa e seus companheiros foram atrás de Jesus e deram o recado: “Todos estão te procurando”. Mas o Senhor, que havia conversado com o Pai e com o Espirito, recorda a eles sua missão que é anunciar o Reino para todos e deixa aquela aldeia e vai para outras da redondeza, “… andava por toda a Galileia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios.”
Que as preocupações do dia a dia, com suas vicissitudes, não nos distraiam de nossa opção fundamental e nem nos enfraqueça o ânimo para o cumprimento de nossas obrigações; ao contrário, cheios de esperança e caridade, sejamos pessoas distinguidas por essas mesmas virtudes.
Fonte: Vatican News – por Padre Cesar Agusuto, SJ