A Igreja celebra neste dia 6 de janeiro a Solenidade da Epifania do Senhor. No Brasil, a festa é sempre transferida para o domingo mais próximo e, por isso, comemorou-se no último dia 2 de janeiro. Uma solenidade que “nos anuncia de modo escancarado a abertura de Deus a todos os povos, todos são seus filhos, todos foram criados por ele, mas a herança dos filhos está reservada para aqueles que se assemelham ao Filho Jesus, na humildade, na simplicidade, ao mesmo tempo sendo luz, referencial do Pai.
Por Padre Cesar Augusto, SJ
“Na Epifania celebramos a vinda do Senhor para todos os povos. Se o Natal celebrava a redenção de Israel, a Epifania celebra a redenção de todos os homens de boa vontade.”
A primeira leitura, Isaías 60, 1-6, cita a luz que brilha sobre Jerusalém, ou seja, a glória do Senhor! Jerusalém cumpre sua vocação de ser luz de acolher e reunir todos os povos para o louvor a Deus. Muito semelhante ao que o batizante sugere ao batizando ao término do batismo, quando entrega a vela acesa no círio pascal, que seja luz, que ilumine todos aqueles com quem encontrar e os leve a Deus. Eis a missão do cristão, da religião, da Igreja. Por isso, no passado, fazia-se questão de construir igrejas e capelas no alto dos montes, para não só apontar que o Senhor está no alto, na verdade ele está no meio de nós, mas para estar em lugar de destaque. E essa localização, como um farol colocado em ponto estratégico para salvar todos os homens de boa vontade, atraiu a si, não apenas as tribos dos judeus, mas todos os povos pagãos, representados nos três sábios que vieram do Oriente adorar o Menino Jesus, como nos fala o Evangelho de hoje, Mateus 2, 1-12.
Quando se fala em luz, farol, construção elevada, se pensa em poder, em alta promoção, mas com Jesus é diferente. Quem se destaca é a construção simples para abrigar animais da casa de um morador da pobrezinha cidade de Belém. É lá que os pastores vão adorar o Senhor e será também em local marcado pela simplicidade que os “magos” irão adorar o Salvador. Desde o nascimento, o Rei dos reis se identifica com os simples e os recebe. Simples não apenas no aspecto social, mas principalmente no modo de ver o mundo, de entender a Verdade e de buscá-la.
Finalmente, a segunda leitura, a carta de São Paulo aos Efésios 3,2-3.5-6, fala do plano de Deus a nosso respeito. Sim, Deus tem um projeto para nós, sermos admitidos à herança dos filhos, pois somos “membros do mesmo corpo, associados à mesma promessa em Jesus Cristo”.
A solenidade da Epifania nos anuncia de modo escancarado a abertura de Deus a todos os povos, todos são seus filhos, todos foram criados por ele, mas a herança dos filhos está reservada para aqueles que se assemelham ao Filho Jesus, na humildade, na simplicidade, ao mesmo tempo sendo luz, referencial do Pai, do próprio Deus.
Fonte: Vatican News