Quinta-feira Santa

Na Quinta-feira Santa à tarde, quando se inicia o Tríduo Pascal, a Igreja celebra a instituição do maior dos sacramentos, a Eucaristia – o sacramento do amor, Sacramentum caritatis. A oferta de Jesus na cruz foi sacramentalmente antecipada na última Ceia pelas palavras do Mestre sobre o pão e sobre o vinho, respectivamente: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. (…) Essa taça é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós.” Lc 22,19s

Jesus, com efeito, ordenou aos apóstolos que, repetindo o seu gesto, celebrassem o Seu sacrifício ao longo da história da Igreja: “Fazei isto em minha memória” (Lc 22,19). Pela Eucaristia, a Igreja é associada ao sacrifício redentor de Cristo em favor da salvação do mundo. Por ela, a presença de Jesus na Igreja se realiza de um modo intenso e extraordinário e o Povo de Deus a caminho é alimentado e fortalecido com o Pão do Céu. Vemos, assim, a importância da nossa participação anual nessa celebração e a alegria de celebrá-la solenemente aos domingos e dias de semana.

Ao ordenar aos apóstolos a celebração da Eucaristia, Jesus instituiu o sacerdócio ministerial. Na Igreja, em virtude do Batismo, todos são inseridos no único sacerdócio de Cristo. Entretanto, como o plano de Deus obedece à economia sacramental, existem na Igreja aqueles que fazem as vezes de Cristo Sacerdote, Cabeça da Igreja. Estes são os sacerdotes ordenados.

Com efeito, Cristo inaugurou um novo sacerdócio, o sacerdócio da Nova Aliança. Os sacerdotes do Antigo Testamento ofereciam a Deus sacrifícios externos. Jesus, no entanto, ofereceu ao Pai a sua própria vida. O sacrifício que Jesus Sacerdote ofereceu a Deus é um sacrifício existencial, o sacrifício da vida conformada à vontade divina. A morte na cruz é o grande sinal de que Jesus não se acovardou, mas levou até o fim a missão que o Pai lhe confiara. Jesus é o novo Adão. O velho Adão desobedeceu a Deus, mas o novo foi-Lhe fiel até o derramamento do próprio sangue.

Para que a humanidade se renovasse e pudesse obedecer a Deus à semelhança do Homem Novo, Jesus Cristo, Ele dispôs que todos os homens se associassem a seu Filho pela graça. A graça é uma ajuda, um favor de Deus concedido em benefício da nossa fraqueza. A graça de Deus nos tira do pecado, renova-nos, santifica-nos e nos dispõe para receber um dia a glória celeste em todo o seu esplendor. A Eucaristia comunica-nos a vida mesma de Cristo, a fim de que façamos o que Cristo fez: entregar a vida a Deus como um sacrifício de louvor. Na verdade, servir a Deus significa realizar nossa suprema vocação. E servir a Deus é reinar.

Fonte: CNBB

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