O Projeto Igrejas Irmãs, criado em 1972, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Nele, há quase 50 anos, missionários e missionárias religiosos ou leigos se dedicam a evangelizar e cuidar da saúde da população que vive nas mais longínquas comunidades brasileiras e também em países como Guiné-Bissau, Haiti e Moçambique.
“O projeto é uma forma de solidariedade e de comunhão entre Igrejas. É uma diocese que olhando para as necessidades de outras se dispõe a ajudar. Essa ajuda não acontece somente por parte de quem envia missionários e recursos. Mas, quem recebe aporta para a diocese que enviou missionários uma experiência pastoral”, destaca o bispo auxiliar de São Luís do Maranhão e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Missionária, dom Esmeraldo Barreto de Farias.
No município de Laranjal do Jari, no sul do Estado do Amapá, que faz parte do regional Norte 2 da CNBB, o padre Paulo Roberto Martins, da diocese de Londrina, no Paraná, é quem cuida do trabalho de evangelização das 44 capelas que ficam na região da Reserva Extrativista do Rio Cajari e Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru.
“Vejo o trabalho missionário como um gesto de caridade e partilha das dioceses que partilham seus padres e leigos para Igreja com menor número de padres. Aprendi a pôr o evangelho não segundo a minha cultura e sim adaptando a realidade que estou. O evangelho de Jesus cabe em qualquer lugar e cultura”, destaca padre Paulo.
A cidade que tem que tem cerca de 44 mil habitantes, segundo o IBGE, tem sua extensão territorial dentro da área de proteção ambiental (APA), onde se encontra o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no Amapá. Para atender todas as comunidades, padre Paulo Roberto Martins faz um verdadeiro malabarismo. Todas as segundas e terças-feiras, ele visita uma das 22 capelas que ficam no interior da região. “É uma visita a cada dois meses por conta da extensão territorial, uma realidade completamente diferente das cidades que tem padre para cuidar daquela Igreja e celebrar todo domingo”, conta.
A pouco mais de 1.600 km do Amapá, outra realidade missionária se faz presente na Prelazia de Lábrea, que fica a 852 quilômetros de Manaus, no Amazonas, e que pertence ao Regional Noroeste da CNBB. A Prelazia sobrevive exclusivamente com recursos de outras dioceses. É por meio do projeto Igrejas Irmãs que recebe missionários e ajuda da Espanha, da Alemanha, do Rio Grande do Sul, Vitória (ES) e de Ponta Grossa (PR).
Com uma extensão territorial de mais de 232 mil quilômetros (232.240,0Km2), quase o tamanho do estado de São Paulo, a Lábrea é composta por quatro paróquias: a catedral Nossa Senhora de Nazaré, onde mora o bispo, o espanhol dom Santiago Sánchez Sebastian, São João Batista (Canutama), Santo Agostinho (Pauini) e Santa Rita (Tapauá) e uma área missionária (entre Canutama e Tapauá).
Essa região, é uma das que recebe missionários da arquidiocese de Vitória, no Espírito Santo. Por meio do projeto ‘Missão Laguna Negra´, as comunidades podem contar com consultas médicas ambulatoriais, emergenciais e odontológicas. Além da distribuição de medicamentos, visitas domiciliares com atendimento de oração, atendimento domiciliar a idosos e a Santa Missa. A Missão Laguna Negra, que ocorreu na Prelazia de Lábrea, de 13 de maio a 28 de julho de 2017, atendeu 223 comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas.
Essas e outras iniciativas do Projeto Igrejas Irmãs podem ser encontradas em uma matéria especial da Revista Bote Fé, de edição de número 26. A publicação é uma parceria entre a Edições CNBB e a assessoria de imprensa da entidade. Atualmente, é distribuída em todas as paróquias do Brasil. Em breve, ela estará disponível em modo digital em nosso site.
Fonte: CNBB