Procissões na Missa

Foto de Dulce María em Cathopic

As procissões devem ser colocadas na categoria dos movimentos como sinais ou símbolos litúrgicos. Toda criatura encontra-se em contínuo movimento, traçando um caminho no espaço e no tempo. Sendo o movimento expressão do ser humano, pode servir de sinal comemorativo na Liturgia.

Todo ser humano é um homo viator, um ser a caminho. O próprio Deus pôs-se a caminho, sendo ele mesmo o Caminho, no mistério da encarnação. Afirma Jesus: “Saí do Pai e vim ao mundo e, agora, deixo o mundo e volto para o Pai” (Jo 13,3). Esta realidade da vida como caminho, trilhando o Caminho que Jesus Cristo rumo à pátria definitiva, se expressa na Liturgia através das procissões.

Existem as procissões dentro do espaço de celebração, a igreja, e procissões com entrada na igreja ou no santuário. Nas procissões como nas peregrinações existe sempre um destino. No fundo é o sagrado, é Deus, simbolizado pelo santuário, o templo, o altar, a mesa da Palavra. Dirigir-se processionalmente a um destino não é um simples andar, mas um caminhar significativo, um andar compassado com certo ritmo.

Procissões no espaço da celebração: – Consideremos a Celebração Eucarística. São consideradas procissões dentro da Celebração Eucarística os movimentos realizados pelo sacerdote com o diácono e os ministros ao se dirigirem para o altar; pelo diácono, conduzindo o Livro dos Evangelhos do altar até o ambão; dos fiéis, ao levarem os dons do pão, do vinho e água para o altar e ao se aproximarem da Comunhão.

Procissão de entrada: – O Povo de Deus a caminho da Terra prometida reúne-se, numa pausa do caminho, para celebrar sua própria caminhada e alimentar-se com o Pão do Céu. A assembleia faz sua esta procissão de entrada.

Procissão do Evangeliário– Deus convoca o seu povo através do Verbo já no início da celebração. Agora, Jesus Cristo se levanta na assembleia para dirigir sua Palavra. Bendito o que vem em nome do Senhor. A assembleia o saúda, o aclama e se prepara para ouvir com atenção sua palavra, o Pão descido do Céu que alimenta o povo a caminho. O diácono ou o sacerdote pode ser precedido por acólitos com velas acesas e o ministro do incenso.

Procissão das oferendas: – Neste momento, saciada pelo dom da Palavra, a assembleia reunida, representada por alguns fiéis, apresenta a Cristo, o Altar, sua vida como dom de Deus. A assembleia une-se a Cristo para realizar a passagem para o Pai na ação de graças, comemorativa da Páscoa, a passagem de Cristo em sua volta ao Pai. O caminhar para o altar é o caminho de toda a assembleia. O ideal é que seja acompanhada num silêncio orante.

Procissão da Comunhão: – O Povo de Deus, a caminho da Terra Prometida, alimenta-se do Pão da Vida para prosseguir no caminho para Deus.

Procissões com entrada na igreja: – Temos ao menos três procissões desse tipo. A procissão da Vigília Pascal, precedida pelo Círio pascal realizando a iluminação da Igreja. Constitui uma das mais belas procissões da Liturgia cristã: Cristo, luz do mundo a iluminar a humanidade que jazia nas trevas. A procissão de Ramos, que comemora a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Finalmente, a procissão das velas na festa da Apresentação do Senhor.

Nestas festas aparece bem o Povo de Deus, a Igreja, que se reúne guiada por Cristo, o Caminho, e Luz a iluminar o caminho. A Igreja reza através das procissões. Estamos diante de um rito memorial da Igreja peregrina rumo à casa do Pai.

Fonte: Franciscanos – Especial Gotas de Liturgia /Frei Alberto Beckhäuser

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