Seguir o Senhor como discípulos

Por Dom José Gislon
Bispo Diocesano de Caxias do Sul (RS)

 

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Como povo de Deus a caminho da casa do Pai, nos reunimos em comunidade e celebramos a nossa fé no Ressuscitado. O fazemos com espírito de filhos e filhas de Deus, que escutam a voz do Pai, acolhem o Filho e aceitam a missão de serem enviados pelo mundo, como discípulos do Senhor, iluminados pelo Espírito Santo. Levando no coração a Palavra de Deus para ser anunciada.

Para ser discípulo do Senhor, não basta segui-lo, se faz necessário também abrir o coração e a mente para acolher a sua Palavra. Ela nos leva a percorrer o caminho da conversão, que passa pelo nosso coração, e este pode ser o caminho mais difícil de percorrer, porque nos pede para deixarmos espaço para a graça misericordiosa de Deus agir em nós. Às vezes, interiormente, nós podemos apresentar resistências ao projeto que o Senhor nos apresenta, porque o nosso coração e a nossa mente podem estar impregnados de ódio, de rancor, de inveja e de toda sorte de projetos de vingança, que preferimos expulsar Deus da nossa vida, ou invés de pedir com insistência: “Senhor toque o meu coração, com o teu amor, a tua graça e a tua misericórdia, para que eu possa renascer deste estado de pecado, para uma vida nova, reconciliado contigo, comigo mesmo, com minha família e minha comunidade”.

Os discípulos do Senhor são promotores e construtores da paz, porque a violência e toda forma de agressão contra a vida e sua dignidade não convém a um cristão. A reconciliação com Deus e os irmãos nos dá a possibilidade de vivermos em paz, porque um homem reconciliado consigo mesmo, com os irmãos e com Deus, é um homem pacificado interiormente, e sua conduta será de construtor da paz na família e na comunidade.

No mundo, podemos ser tentados a fazer alianças com o maligno, porque são mais fáceis e promissoras, do ponto de vista meramente humano. Mas também são enganosas, nos oferecem vantagens mundanas, e nós podemos não perceber que elas nos conduzem à morte.

A aliança que Deus propõe a Noé e à sua descendência é uma aliança pela vida, de comunhão entre o céu e a terra, entre Deus e a humanidade. É uma aliança de amor e reconciliação, marcada com o sangue de Jesus na cruz. Esta aliança é eterna, porque o amor e a misericórdia de Deus por cada um de nós não têm limite. São maiores do que os nossos pecados, os nossos desânimos, os nossos erros, o nosso choro e também o desespero que pode em certas situações bater à porta do nosso coração.

Como discípulos do Ressuscitado, precisamos ter coragem para não desistirmos e permanecermos no caminho da vida, que é Jesus. Ele é o Cristo, Aquele que coloca luz onde o nosso caminho é escuro, que dá sabor aos nossos dias sem sentido, que dá esperança onde falta o amor. Ele nos apresenta o caminho da liberdade, quando atravessamos vales desertos e áridos, que secam a nossa alma e fazem definhar o sentido da vida, dom maior de Deus a todos nós. Cada pequeno “sim”, que manifesta vontade de querer caminhar com Jesus, é uma ocasião para aprendermos e pensarmos um pouco mais segundo a vontade de Deus, e não segundo a ganância dos homens.

Fonte: CNBB

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