Pelo caminho do Bem, até o fim…

Foto: Pixabay

A vida é a maior dádiva que possuímos e a recebemos do amor gratuito de Deus. O que fazemos dela depende em muito daquilo em que acreditamos e das escolhas que fazemos ao longo de nossa caminhada. Perante a vida temos dois caminhos a escolher: o primeiro com base nos critérios e valores do mundo e o segundo com base na valorização da vida, seguindo as propostas e os valores dos Evangelhos.

Não se pode andar ao mesmo tempo pelos dois caminhos. Como seres livres que somos temos que optar por um deles. A Bíblia nos é por demais clara: “Eis que coloco diante de ti a vida e a felicidade, a morte e a infelicidade… Escolha, pois, a vida, para que vivas tu e a tua descendência” (Dt 30,15-19).

O caminho do bem é para todos, particularmente para nós cristãos que temos como sentido de vida as promessas da Boa Nova de Cristo. Entretanto, o apóstolo Paulo nos fala que em nosso mais íntimo existe uma tensão permanente entre as solicitações para o bem e para o mal. Atraídos por Deus para o bem, para a realização e felicidade, infelizmente podemos escolher o caminho do mal e da morte. “Com efeito, não faço o bem que quero, mas pratico o mal que não quero” (Rm 7,19-20).

Sabemos pela revelação bíblica, por Cristo e pelos ensinamentos da Igreja que, se o Espírito Santo não nos ajudar, sozinhos nós seremos inconstantes no caminho do bem. Somos todos necessitados da permanente ajuda de Deus. Esta é uma verdade, fundamento de nossa fé. Sem Deus e sua graça nunca chegaremos à posse da verdadeira vida que todos aspiramos. Deus é uma necessidade para nossa vida. Por isto mesmo acreditar ou não em Deus faz uma grande diferença em nossa vida.

A Igreja, no findar de cada ano litúrgico, nos chama à consciência para fazermos um balanço de nossa vida. Precisamos nos perguntar o que estamos fazendo com o nosso tempo e oportunidades que a vida nos apresenta.  Este é o sentido e o significado maior da celebração litúrgica do dia de finados e do dia de todos os Santos. Na verdade, não teria sentido refletirmos sobre a realidade de nossa morte se não tivéssemos a certeza de uma vida futura que brota da fé e da esperança na Pessoa de Jesus Cristo.

Temos que admitir que nada levamos de nossa vida a não ser a vida que levamos. Não somos donos de nada, de nós próprios e nem dos que mais amamos. Todos morrem. Todos são de Deus. A liturgia do dia de finados somente se justifica e se ilumina na esperança que temos de que a morte não é fim, mas passagem-encontro com a vida em plenitude, a vida eterna. Se Cristo não tivesse ressuscitado dentre os mortos, pouco nos adiantaria a mensagem dos Evangelhos. Todos nós que em Cristo acreditamos, que Nele e por Ele vivemos, haveremos com Ele de ressuscitar (1Cor 15,12s).

A opção pelo bem é o único caminho que nos realiza no tempo presente e nos eterniza em Deus. É no agora de cada dia, sob a ação do Espírito Santo, que construiremos a vida eterna, vivendo na fidelidade do amor a Deus e aos irmãos.

Padre Evaristo Debiasi
Assistente Eclesiástico Nacional da ACN

Fonte: ACN Brasil

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