Papa: quando descobrimos o verdadeiro rosto do Pai, a nossa fé amadurece

“Jesus, que vai ao encontro da humanidade ferida, mostra-nos o rosto do Pai. Pode ser que dentro de nós ainda exista a ideia de um Deus distante, frio, indiferente à nossa sorte. O Evangelho ao invés disso, mostra-nos que Jesus, depois de ter ensinado na sinagoga, sai, para que a Palavra que pregou possa alcançar, tocar e curar as pessoas.”

Abandonar a imagem do Deus que pensamos conhecer e converter-nos a cada dia ao Deus, Pai de amor e compaixão, que Jesus nos mostra no Evangelho, .

Esta foi o convite do Papa em sua alocução antes de rezar o Angelus neste 4 de fevereiro, V Domingo do Tempo Comum, em que a liturgia nos propõe o Evangelho de Marcos 1, 29-39. E precisamente o “contínuo movimento de Jesus” narrado pelo evangelista, “nos diz algo muito importante sobre Deus e nos interpela com algumas perguntas sobre a nossa fé”.

De fato, a passagem bíblica nos mostra uma contínua movimentação de Jesus, que tem dois sentidos: uma horizontal e outra ascendente, vertical. Inicialmente Ele prega na sinagoga, depois vai à casa de Pedro onde cura sua sogra da febre, então vai à porta da cidade, onde cura doentes e possuídos pelo demônio. Mas na manhã seguinte, retira-se para rezar, onde no silêncio da oração, “entrega tudo e todos ao coração do Pai”. Depois, volta a caminhar pela Galileia, vai às aldeias da redondeza. E precisamente nesses movimentos, revela o verdadeiro rosto do Pai.

Jesus, que vai ao encontro da humanidade ferida, mostra-nos o rosto do Pai. Pode ser que dentro de nós ainda exista a ideia de um Deus distante, frio, indiferente à nossa sorte. O Evangelho, ao invés disso, mostra-nos que Jesus, depois de ter ensinado na sinagoga, sai, para que a Palavra que pregou possa alcançar, tocar e curar as pessoas.

E ao fazer isso, Ele revela-nos que Deus não é um Senhor distante que nos fala do alto, pelo contrário, é um Pai cheio de amor que se faz próximo, que visita as nossas casas, que quer salvar e libertar, curar de todo mal do corpo e do espírito. Depois deste dia em movimento, Jesus retira-se em oração, para levar tudo e todos ao coração do Pai; e a oração lhe dá forças para voltar novamente aos irmãos.

Esse caminhar de Jesus nos interpela, diz Francisco, sugere que nos façamos algumas perguntas:

Descobrimos o rosto de Deus como Pai da misericórdia ou acreditamos e proclamamos um Deus frio e distante? A fé nos provoca a inquietação do caminho ou é uma consolação intimista, que nos deixa tranquilos? Rezamos somente para nos sentirmos em paz ou a Palavra que ouvimos e pregamos nos faz ir, como Jesus, ao encontro dos outros, para difundir a consolação de Deus?

Devemos então olhar para este movimento de Jesus e recordar do primeiro trabalho espiritual: o nosso primeiro trabalho espiritual é este: abandonar o Deus que pensamos conhecer e converter-nos a cada dia ao Deus que Jesus nos apresenta no Evangelho, o Pai de amor e da compaixão. E quando descobrimos o verdadeiro rosto do Pai, a nossa fé amadurece: não ficaremos mais “cristãos da sacristia”, ou “de sala”, mas sentimo-nos chamados a tornar-nos portadores da esperança e da cura de Deus.

“Que Maria Santíssima, Mulher em caminho, disse ao concluir, ajude-nos a sair de nós mesmos para anunciar e testemunhar o Senhor.”

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

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