“A polarização corrói todas as tentativas de solução e a única coisa que ela cria é desconforto e descrença. Neste contexto, é imperativo recuperar nossa capacidade de diálogo, ou seja, aproximarmo-nos, escutarmo-nos, conhecermo-nos e reconhecermo-nos mutuamente para encontrar pontos de contato que nos ajudem a transcender”.
Palavras do Papa na Mensagem por ocasião das Jornadas da Pastoral Social de Buenos Aires lidas na noite de segunda-feira (14/11)
Por ocasião das Jornadas da Pastoral Social de Buenos Aires deste ano, o Papa escreveu uma mensagem na qual destacou que, “a polarização corrói todas as tentativas de soluções e a única coisa que ela cria é o desconforto e a descrença”. Neste contexto, “é imperativo recuperar nossa capacidade de diálogo; aproximarmo-nos, escutarmo-nos, conhecermo-nos e reconhecermo-nos mutuamente para encontrar pontos de contato que nos ajudem a transcender”, pois “para nos ajudarmos mutuamente, precisamos dialogar”, disse Francisco.
Encontros para discernimento
As Jornadas da Pastoral Social, são organizadas pela Arquidiocese de Buenos Aires, que comemoram seu 25º aniversário este ano, reúne vários expoentes e líderes da sociedade civil. O Papa na mensagem enfatiza também “a necessidade e a importância deste costume saudável”. De fato, “nos encontros tentamos discernir o presente e nos esforçamos para imaginar um futuro possível, e isto é urgente se considerarmos a situação mundial: as guerras, com sua ameaça nuclear; a recente pandemia e suas consequências em diferentes níveis; a crise ecológica e migratória; o aumento da cultura da exploração e do desperdício… problemas aos quais as situações locais poderiam ser acrescentadas”.
Sem sentido de pertença
Por trás dessas realidades, confidenciou o Pontífice, “como uma música de fundo, preocupo-me com o crescimento de polarizações e extremismos que nos impedem construir e nos encontrarmos em um ‘nós’ comum. Há tantos conflitos nos quais a retirada para as trincheiras, muitas vezes ideológica, impede que sejam resolvidos”. Infelizmente, segundo o Papa, “pouco a pouco se corroeu o sentido de pertença capaz de quebrar a tirania da divisão e do confronto, para possibilitar, com todas as legítimas diferenças que possam existir, a convergência de vontades na busca do bem comum, que é muito mais do que a soma de bens individuais”.
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