Na intenção de oração para o mês de março, que o Santo Padre confia aos católicos por meio da Rede Mundial de Oração do Papa, Francisco convida a rezar “para que possamos dar uma resposta cristã aos desafios da bioética”.
Na mensagem de vídeo divulgada nesta terça-feira (08/03), o Papa destaca que “evidentemente a ciência progrediu, e hoje a bioética nos apresenta uma série de problemas aos quais temos que responder, não esconder a cabeça como avestruz”.
Francisco chama a atenção para dois riscos para os cristãos. O primeiro, é ver o progresso tecnológico como um inimigo e opor-se a ele de todas as formas. Tentar “detê-lo”. O segundo risco é sofrer passivamente, fingindo que nada está acontecendo, quando ao invés se põe em dúvida o “respeito pela dignidade humana”.
Ninguém pode negar o progresso que a bioética fez nas últimas décadas. Esta disciplina relativamente nova se dedica a orientar e refletir sobre situações problemáticas que englobam aspectos econômicos, sociais, ecológicos, éticos, biomédicos ou biotecnológicos.
No vídeo feito com a colaboração da Pontifícia Academia para a Vida, o Papa chama a atenção para evitar a cultura do descarte, como no caso dos embriões congelados que são descartados.
As aplicações biotecnológicas devem ser sempre utilizadas com base no respeito pela dignidade humana. Por exemplo, os embriões humanos não podem ser tratados como material descartável, de descarte. Eles também entram nesta cultura do descarte, mas não, não pode ser, alargando assim essa cultura que causa tanto dano. Ou deixar que os interesses econômicos condicionem a pesquisa biomédica.
Segundo o Papa, “temos que entender as profundas mudanças que estão acontecendo com um discernimento ainda mais profundo, ainda mais sutil”.
Não se trata de travar o progresso tecnológico. Não, é preciso acompanhá-lo. Trata-se de proteger quer a dignidade humana, quer o progresso. Ou seja, não podemos pagar o preço da dignidade humana com o progresso, não. Ambos caminham juntos e harmonicamente juntos.
Os cristãos têm a tarefa de participar do debate público fazendo ouvir sua voz. “Diante dos novos desafios apresentados pela bioética, rezemos para que os cristãos, por meio da sua oração e da sua ação social, promovam a defesa da vida”, conclui o Papa.