Papa Francisco, peregrino da Paz

A reconciliação do Iraque passa pelos jovens

O Papa Francisco leva aos cristãos do Iraque “o carinho da Igreja depois de tantos anos de sofrimento e perseguição”. Na mensagem em vídeo dirigida ao povo iraquiano, o Papa destaca a necessidade de iniciar um caminho que possa fortalecer os laços de fraternidade entre todos os componentes do país, para que seja possível construir um futuro de paz.

As comunidades cristãs do Iraque experimentaram anos de martírio devido a guerras e perseguições, que levaram centenas de milhares de iraquianos a deixar suas terras. Agora, parece ter chegado a oportunidade de virar a página e contribuir para a reconstrução de toda uma sociedade. Um recomeço que não é fácil e que requer forte atenção internacional.

A importância de não ficar sozinho

O trabalho de apoio e ajuda prestado pelas organizações de caridade da Igreja – explica Alessandro Monteduro, diretor da Ajuda à Igreja que Sofre/Itália – tem sido fundamental para permitir a sobrevivência das comunidades cristãs, especialmente no norte do Iraque. Um esforço financeiro e organizacional que, dos acampamentos de acolhida, levou muitas famílias cristãs sobreviventes de volta a seus lares verdadeiros. “Hoje – continua Monteduro – podemos saudar com alegria o fato de que 45% dos cristãos dos 120 mil que foram obrigados a fugir em 2014, terem regressado aos povoados da Planície de Nínive, tão caras à nossa tradição”.

Reconstruir o tecido social e econômico

Criar as condições para que a sociedade iraquiana possa voltar a prosperar exige um adicional esforço que se concretiza não somente por meio da reconstrução de infraestruturas, mas também pelo relançamento da componente da fé, como a restauração de igrejas, das casas paroquiais, dos seminários, de mosteiros, conventos. Uma realidade que só será possível investindo na juventude, não somente cristã.

“Investir na formação de jovens iraquianos – afirma o diretor da ACS – significa dar ao país novas possibilidades econômicas, porque o novo grande perigo é o da pobreza, que pode levar aquilo que resta das comunidades cristãs a deixar sua pátria”.

Em Erbil, a primeira universidade católica 

É precisamente com o objetivo de unir os jovens em um itinerário educacional que conduza a um futuro de prosperidade e paz que se concretizou o projeto de um polo universitário aberto a todos, precisamente no Curdistão iraquiano.

A Universidade de Erbil, inaugurada oficialmente em 2015 e fortemente desejada pelo arcebispo caldeu Bashar Warda, é uma realidade na qual até a Conferência Episcopal Italiana acredita profundamente, bem como a ACS, que lançou um novo programa no valor de 1,5 milhões de euros em apoio a 150 bolsas.

“Até hoje, já são 170 universitários iraquianos – sublinha Alessandro Monteduro – representados por 72% de cristãos, 18% de yazidis e 10% de muçulmanos. Nessas salas de aula, é fortalecido o diálogo, a harmonia e a colaboração, sobre a qual edificar uma comum pertença comum àquela terra, na esperança de não ter mais que falar do Iraque da forma como nos vimos obrigados a fazer nos últimos vinte anos.

Stefano Leszczynski – Vatican News

 

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