Segundo o reitor do Santuário o padre redentorista Scott Katzemberger, falando à Rádio Vaticano – Vatican News, foram feitos muitos preparativos nas últimas semanas, acrescentando que tiveram cerca de dois meses para preparar a visita.
Por Silvonei Jose, Griselda Mutual
Nesta quinta-feira, o primeiro compromisso de Francisco é a celebração da Santa Missa no Santuário de Santa Ana de Beaupré.
O Santuário se encontra a cerca de 30 Km da Cidade de Quebec e é o mais antigo lugar de peregrinação da América do Norte. Dedicado a Santa Ana, patrona da província canadense, a primeira igreja foi construída em 1658 para acolher uma estatua milagrosa da Santa, e depois ampliada e reconstruída várias vezes.
Em 1922, o edifício foi destruído por um incêndio e a construção da atual estrutura teve início nos anos 20 do século passado seguindo um projeto do arquiteto francês Maxime Roisin. Foi oficialmente consagrado em 1976 pelo cardeal Maurice Roy.
Segundo narra a história, um dos primeiros construtores da igreja, no século 17, ficou gravemente doente. Ao final da construção ficou curado e voltou a caminhar sem muletas. Imediatamente, para os agricultores locais e os indígenas convertidos, a Basílica tornou-se meta de peregrinação e lugar de curas milagrosas. Muitos visitantes hoje comemoram este milagre deixando uma muleta na porta de entrada da igreja.
Segundo o reitor do Santuário o padre redentorista Scott Katzemberger, falando à Rádio Vaticano – Vatican News, foram feitos muitos preparativos nas últimas semanas, acrescentando que tiveram cerca de dois meses para preparar a visita.
Como nasceu a grande devoção à patrona de Québec, Santa Ana.
Esta grande devoção à avó de Jesus Cristo veio da comunidade francesa que à região de Quebec.
Uma vez ao ano há uma peregrinação dos povos indígenas. O que nos pode dizer sobre isso, como é que eles vivem a sua fé?
Creio realmente que eles dão grande importância a esta festa porque a figura da avó de uma família é uma figura importante para eles. Os mais idosos são importantes para os indígenas, e obviamente a grande mãe, ou a avó de Jesus Cristo, é também muito importante para eles.
Como os senhores se prepararam para a visita do Papa Francisco?
Fizemos muitos preparativos nas últimas semanas, tivemos cerca de dois meses de tempo para a preparação. Estamos muito felizes por acolher o Santo Padre aqui no Santuário, será uma bênção para nós. A última vez que recebemos a visita do Sucessor de Pedro foi em 1984 com o Papa João Paulo II, mas esta será a primeira vez que o Papa celebrará a Missa na Basílica. Quando João Paulo II visitou a Basílica em 1984 veio rezar diante da estátua milagrosa de Santa Ana. Mas desta vez o Papa Francisco celebrará a missa, e trará uma mensagem de reconciliação para oferecer aos povos indígenas.
Que mensagem o senhor espera que o Santo Padre fará a partir deste santuário dedicado à avó de Jesus?
Espero que seja um bom começo do processo, porque sei que a reconciliação é um processo, leva tempo, e é bom que assim seja. Creio que se estamos dispostos a entrar num processo de reconciliação com outra pessoa, é possível alcançar este objetivo que procuramos. É necessário entrar no processo porque não podemos viver no passado que já não podemos mudar ou controlar. O Senhor quer que alcancemos o futuro. Digamos que já existe uma boa predisposição para este processo… Há esperança de que haja uma cura para poder olhar para o futuro com esperança…
Penso realmente que sim, vejo muita boa vontade por parte do povo indígena e também por parte da Igreja para seguir em frente.
Temos notícias de que os lugares na Basílica estão esgotados para a missa desta quinta-feira, 28. Como foram distribuídos os bilhetes?
Sei que os lugares dentro da Basílica foram concedidos principalmente por convite, setenta por cento são reservados aos povos indígenas. Haverá muitas pessoas lá fora, onde instalamos telões para que todos possam participar e assistir à celebração.
De onde são provenientes os indígenas?
Há muitos que vêm do extremo norte, do nordeste do Quebec. Na verdade, recebemos visitas deles durante todo o ano. E nesta quarta-feira celebraram a avó de Jesus, Santa Ana, no Santuário…. Estivemos muito ocupados com as duas celebrações, uma após a outra, mas vamos conseguir.
A figura de Santa Ana?
Ela é uma figura importante para o povo de Québec, porque graças à sua intercessão houve muitas curas. Cerca de um milhão de pessoas visitam o Santuário todos os anos, de todas as partes do mundo, muitas do México e de toda a América Latina, da França, da Espanha, de diferentes partes do mundo.
O que espera da visita do Santo Padre, deste importante momento de reconciliação?
Gostaria de convidar todos a procurar verdadeiramente nos seus corações este sentido de perdão, precisamos disto nas nossas vidas, é realmente importante. Como cristãos, somos muito afortunados porque temos um Deus que é tão misericordioso e devemos partilhar a misericórdia que recebemos d’Ele.
Fonte: Vatican News
