Concluiu-se a 38ª viagem apostólica de Francisco, realizada de 13 a 15 de setembro no país asiático, por ocasião do VII Congresso de Líderes Mundiais e Religiões Tradicionais. O Papa chegou a Roma às 20h01, hora local.
A 38ª Viagem Apostólica do Papa Francisco que o levou ao Cazaquistão e que teve início na terça-feira (13/09), se concluiu no início da noite desta quinta-feira, dia 15, hora de Roma. O avião papal tocou terra às 20h01, depois de percorrer 5.200 Km em pouco mais de 7 horas de voo. A chegada foi no aeroporto de Fiumicino. Depois Vaticano.
“Mensageiros de paz e de unidade”, foi o lema da viagem. No Cazaquistão o Papa Francisco falou de religião, de liberdade religiosa e de desafios entre os quais a pobreza, a paz, o acolhimento fraterno e a Casa Comum.
Num dos discursos aos presentes no VII Congresso de Líderes Mundiais e Religiões Tradicionais Francisco afirmou que a religião não desestabiliza a sociedade moderna.
Disse ainda que o mundo espera de nós o exemplo de almas despertas e mentes límpidas, espera uma religiosidade autêntica. “Chegou a hora – continuou – de despertar daquele fundamentalismo que polui e corrói toda a crença, chegou a hora de tornar límpido e compassivo o coração. Mas é hora também de deixar apenas aos livros de história os discursos que por demasiado tempo, aqui e noutras partes, inculcaram suspeitas e desprezo a respeito da religião, como se esta fosse um fator desestabilizador da sociedade moderna”.
“Portanto precisamos de religião para responder à sede de paz do mundo e à sede de infinito que habita o coração de cada homem”
Francisco afirmou ainda que “condição essencial para um desenvolvimento verdadeiramente humano e integral “é a liberdade religiosa. Irmãos, irmãs, somos criaturas livres”. E, com ênfase Francisco, disse: “A liberdade religiosa constitui um direito fundamental, primário e inalienável, que é preciso promover em todos os lugares e que não se pode limitar apenas à liberdade de culto. De fato, é direito de cada pessoa prestar testemunho público da sua própria crença: propô-lo, sem nunca o impor”.
Ao falar sobre os efeitos da pandemia sobretudo nos países pobres Francisco vou a afirmar que “o maior fator de risco do nosso tempo continua a ser a pobreza. Enquanto continuarem a assolar disparidades e injustiças, não poderão cessar os vírus piores do que a Covid, ou seja, os do ódio, da violência, do terrorismo”.
E salientando o desafio que a paz nos apresenta hoje reafirmou que “se o Criador, a quem dedicamos a existência, deu origem à vida humana, como podemos nós – que nos professamos crentes – consentir que a mesma seja destruída? E como podemos pensar que os homens do nosso tempo – muitos dos quais vivem como se Deus não existisse – estejam motivados para se comprometer num diálogo respeitoso e responsável, se as grandes religiões, que constituem a alma de tantas culturas e tradições, não se empenham ativamente pela paz?”.
“Nunca justifiquemos a violência. Não permitamos que o sagrado seja instrumentalizado por aquilo que é profano. O sagrado não seja suporte do poder, e o poder não se valha de suportes de sacralidade!”
“Deus é paz, e sempre conduz à paz, nunca à guerra.
O VII Congresso de Líderes Mundiais e Religiões Tradicionais concluiu-se com a leitura da Declaração Final, que reafirmou o valor do Documento sobre a Fraternidade Humana para a Paz Mundial e a Coexistência Comum. Na sua despedida no aeroporto de Nur-Sultan o Papa foi recebido pelo presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart K. Tokayev. Na Sala VIP do Terminal Presidencial, realizou-se um breve encontro privado. O Chefe de Estado presenteou o Papa com uma “dombra”, o instrumento musical tradicional do Cazaquistão, ao qual o Pontífice se referiu em seu primeiro discurso público.
Em seguida depois da Guarda de Honra e a saudação das respectivas Delegações, o Papa embarcou num Airbus A330 da Ita Airways para retornar à Itália. Durante o voo realizou-se a programada a coletiva de imprensa com os cerca 80 jornalistas presentes.
O tweet de @Pontifex e o telegrama para o presidente
Deixando o Cazaquistão, o Papa escreveu expressou em seu tweet @Pontifex, gratidão ao povo do país asiático: “Agradeço-lhes pela acolhida recebida e pela oportunidade de passar estes dias de diálogo fraterno junto com os líderes de muitas religiões. Que o Altíssimo abençoe a vocação de paz e unidade do #Cazaquistão”.
No telegrama enviado ao presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, o Papa expressou mais uma vez sua gratidão pela hospitalidade durante sua estada no país. “Asseguro minhas orações por vossa excelência e todos os seus cidadãos”, escreveu Francisco.
Telegramas aos presidentes dos demais países sobrevoados
Ao presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, Francisco enviou saudações e disse rezar por ele e todo o povo. À presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, e ao presidente da Bulgária, Rumen Radev, o Papa assegurou suas orações e invoca abundantes bênçãos de Deus para essas nações.
Francisco enviou saudações também ao presidente de Montenegro, Milo Đukanović, e a todo o povo, invocando sobre todos “as bênçãos dividas da paz”.
Saudações também foram enviadas ao presidente da Bósnia e Herzegovina, Šefik Džaferović, ao presidente da Croácia, Zoran Milanović, e seus cidadãos, com garantia de suas orações.
Por fim, o Papa saudou o presidente italiano, Sergio Mattarella, recordando que foi ao Cazaquistão como “peregrino da paz”, agradecendo a Deus pela oportunidade que teve de “encontrar as autoridades e o povo de um país antigo e contribuir para a construção de um mundo mais estável e pacífico”. Francisco renovou ao presidente e ao povo italiano, suas sinceras saudações e sua bênção paterna.
Silvonei José – Vatican News