O Santo Padre recebeu, na manhã de sábado (29/10), na Sala Paulo VI, no Vaticano, os jovens da Ação Católica italiana, engajados na pastoral paroquial.
Antes de tudo, o Papa apreciou muito a ação dos jovens nas paróquias, porque apesar de pertencer a outra geração, como ele disse, nasceu e cresceu em um contexto social e eclesial diferente: na época, a paróquia, com seu pároco, era um ponto de referência central para a vida do povo: Missa dominical, catequese, sacramentos.
Hoje, porém, disse Francisco, a realidade sociocultural mudou muito, tanto que a missão da Igreja foi revista, sobretudo em relação às paróquias. Mas, uma coisa permanece essencial: para o nosso caminho de fé e crescimento, a experiência paroquial é sempre importante; é um ambiente “normal” onde aprendemos a ouvir o Evangelho, conhecer o Senhor Jesus, prestar um serviço gratuito, rezar em comunidade, partilhar projetos e iniciativas e sentir-nos parte do povo santo de Deus.
Os jovens da Ação Católica viveram e vivem uma experiência associativa, “entrelaçada” com a paróquia, onde se aprende o que significa fazer parte de uma comunidade cristã, participar, compartilhar, colaborar, rezar juntos.
Aprendemos, recordou o Papa, que na Igreja somos todos irmãos pelo Batismo, protagonistas e responsáveis, cada um com seus próprios dons, colocados à disposição da comunidade. A fé é um dom que deve ser transmitido e testemunhado. O cristão se interessa pela realidade social, com a qual contribui. Tudo isso, se realiza e se aprende na paróquia e na Ação Católica.
Logo, afirmou Francisco, pertencemos a gerações diferentes, mas temos em comum o amor pela Igreja e a paixão pela paróquia, a Igreja doméstica entre o povo.
Aqui, o Santo Padre compartilhou com os jovens presentes alguns aspectos da sua reflexão: fraternidade, relação com Cristo, fermento na sociedade, santidade. E explicou:
“Vocês querem contribuir para que a Igreja cresça na fraternidade. A Ação Católica não deve ser uma “sessão” católica e a Igreja não vai adiante com reuniões… Todos nós somos influenciados pela cultura do individualismo e do fechamento. Por isso, é preciso reagir, sair de nós e irmos ao encontro do outro na Eucaristia, fundamento da fraternidade na Igreja”.
Desta forma, afirmou o Papa, os cristãos se tornam “fermento” na sociedade, sal e luz para a humanidade, exemplos de santidade, como tantos santos: Francisco e Clara de Assis, Domingos Sávio, Maria Goretti, Carlos Acutis, Piergiorgio Frassati, que foi um membro ativo e entusiasta da Ação Católica Italiana, um jovem fiel, responsável e crível.
O Santo Padre concluiu sua saudação aos jovens da Ação Católica Italiana, engajados nas paróquias, exortando-lhes a “aprender, com a Virgem Maria, a guardar e meditar em seu coração os mistérios de Jesus”.
Silvonei José, Manoel Tavares – Vatican News