Os Sete Sacramentos

Os Sete Sacramentos

“_ Falaste bem de mim, Tomás, qual será tua recompensa?

_ Nada mais do que Tu, Senhor”.

São Tomás de Aquino, considerado grande doutor da Igreja, disse:

“(…) os sacramentos se ordenam a dois fins: são remédios contra os pecados e aperfeiçoam a alma no concernente ao culto de Deus segundo o rito da vida cristã. (…) Ora, como os homens pelos sacramentos são destinados ao fim espiritual de adorar a Deus, resulta por consequência que por eles os fiéis são sinalados por um certo caráter espiritual” (Suma Teológica, III parte, questão 63, art. 1).

Pelos sacramentos, Deus imprime em cada um de nós um caráter, um sinal distintivo. No entanto, esses sinais eficazes da graça são como sementes que precisam ser cultivadas para florescer e frutificar. Ou seja: não basta ser batizado, é preciso vivenciar o batismo, assumindo na própria vida a indelével propriedade do Evangelho.

Os sacramentos indicam a presença amorosa de Deus em nossa vida. Cristo é o sacramento perfeito; a Igreja é o sacramento geral de Jesus Cristo, o seu corpo; e a liturgia – particularmente os sete sacramentos e, mais especificamente, a Eucaristia – é sinal da ação de Cristo em nossa vida.[1]

Todos os sacramentos passam pelos sentidos. Por meio de algum símbolo como o pão, o vinho, a água e o óleo, eles nos ajudam a fazer a experiência de algo que nos transcende e não apenas significa a graça, sobretudo, a produz.

O Catecismo da Igreja Católica nos apresenta os 7 sacramentos divididos em: Sacramentos da Iniciação Cristã, Sacramentos de Cura e Sacramentos do Serviço da Comunhão.

Os Sacramentos da Iniciação Cristã

Por eles são lançados os fundamentos de toda vida cristã. A participação na natureza divina, que os homens recebem como dom mediante a graça de Cristo, apresenta certa analogia com a origem, o desenvolvimento e a sustentação da vida natural.

Os fiéis, de fato, renascidos no Batismo, são fortalecidos pelo sacramento da Confirmação e, depois, nutridos com o alimento da vida eterna na Eucaristia.

  1. Batismo

“Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei” (Mt 28,19-20).

O Batismo é o sacramento que nos faz nascer para a vida espiritual – por isso deve ser o primeiro sacramento que recebemos –, nos insere no Mistério Pascal de Cristo e marca a nossa entrada visível na Comunidade da Igreja, que deve ser profética, pobre, missionária, servidora e peregrina.

Pelo Batismo, entramos numa Igreja que nasceu do coração de Jesus, aquele que anunciou o Reino, que teve compaixão das multidões famintas, que teve misericórdia com os pecadores, que entregou a sua vida numa cruz, ressuscitou, prometeu e enviou o Espírito Santo[2].

O Batismo nos insere e nos faz participantes desta caminhada pascal de Jesus.
A matéria do Batismo é a água; a forma, “Eu te batizo em nome do Pai…”. E o gesto é derramar a água ou mergulhar a pessoa – a palavra ‘batismo’ significa mergulho.

O Sacramento do Batismo, necessário para a salvação, é a porta e o fundamento de todos os Sacramentos da Igreja, e nos constitui filhos e filhas de Deus. É por meio dele que somos incorporados à Igreja de Cristo e nos tornamos “pessoa” com direitos e deveres. Por isso, quem não o tiver recebido, não poderá ser validamente admitido aos outros Sacramentos. Enfim, o Batismo é o sacramento da resposta do ser humano à proposta de Deus, o que inclui dois compromissos: em primeiro lugar, o de conversão e busca da santidade e, em segundo lugar, o de continuar a obra missionária de Jesus Cristo.

Orientações para o Batismo em nossa Diocese

  • Os pais católicos têm obrigação de cuidar que os recém-nascidos sejam batizados. Logo depois do nascimento, ou mesmo antes, devem pedir à comunidade eclesial o Sacramento do Batismo para o(a) filho(a). Preparem-se pela Catequese Batismal, para celebrar de modo consciente, movidos pela fé e com o auxílio da comunidade.
  • Caso os pais sejam pagãos (não são batizados em nenhuma igreja) ou não são católicos, mas aceitam batizar a criança na Igreja Católica; sejam exortados a confiar o cuidado da fé da criança ao padrinho ou madrinha católicos, habilitados para desempenhar essa função, sob o cuidado e o acompanhamento do pároco ou administrador paroquial e de toda a equipe da catequese batismal.
  • Para ser admitido à função de padrinho ou madrinha, é necessário que a pessoa tenha completado 16 anos, seja católica, não seja pai ou mãe da criança, tenha recebido a Confirmação e a Eucaristia, leve uma vida de acordo com a fé cristã católica e com o múnus (tarefa) que vai desempenhar e não esteja incursa em nenhuma penalidade canônica.

Obs. Para os casos peculiares, como o batismo de adultos, verificar as instruções específicas da Diocese. As informações podem ser obtidas na Secretaria Paroquial.

  1. Confirmação (Crisma)

“Então começaram a impor-lhes as mãos, e eles recebiam o Espírito Santo” (At 8,17).

A Confirmação ou Crisma nos faz cristãos adultos, maduros e comprometidos. Por meio deste sacramento, os fiéis são vinculados mais perfeitamente à Igreja, enriquecidos da força especial do Espírito Santo.

O sacramento da Crisma ou Confirmação deve levar as pessoas que o recebem a serem verdadeiras testemunhas de Cristo pela palavra e ação (cân. 879).

Os dons do Espírito Santo que recebemos na Crisma são: Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade, Temor de Deus. Já os frutos do Espírito Santo são: Caridade, Gozo, Paz, Paciência, Benignidade, Longanimidade, Mansidão, Fé, Modéstia, Continência, Castidade.

A matéria é o óleo; a forma, “… Recebe, por este sinal, o Espírito Santo, o dom de Deus” e o gesto, a imposição da mão com unção. A imposição das mãos é, com razão, reconhecida pela tradição católica como a origem do sacramento da Confirmação que, de certo modo, perpetua na Igreja a graça de Pentecostes.

Orientações para a Crisma em nossa Diocese

  • A idade mínima para receber o Sacramento da Crisma é de 15 anos.
  • A importância do Sacramento da Crisma exige uma preparação de, ao menos, um ano para jovens maiores de dezesseis anos e adultos. Os adolescentes sejam preparados em catequese de, ao menos, dois anos. A inspiração catecumenal abre perspectivas para a valorização do itinerário que faz cada catequizando. Estabeleça-se relação entre o tempo de catequese com a maturidade que o candidato apresenta nessa caminhada, despertando a participação na ação pastoral e na vida da comunidade. O foco da iniciação deve ser a adesão a Jesus Cristo na comunidade de fé, mais do que o tempo preestabelecido.
  • Cada crismando deve escolher um padrinho ou madrinha, confirmados, de reconhecida vida cristã e participação na comunidade.
  • “Para receber a Confirmação é preciso estar em estado de graça” (CIC, nº 1310). Sendo assim, a todos os crismandos seja dada a oportunidade de receber o Sacramento da Penitência, pela confissão individual.

Obs. Para os casos peculiares, verificar as instruções específicas da Diocese. As informações podem ser obtidas na Secretaria Paroquial.

  1. Eucaristia

“E tomou o pão, deu graças, partiu e deu-o a eles, dizendo: ‘Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória’” (Lc 22,19).

A santa Eucaristia conclui a iniciação cristã. Os que foram elevados à dignidade do sacerdócio régio pelo Batismo e confirmados mais profundamente a Cristo pela Confirmação, estes, por meio da Eucaristia, participam, com toda a comunidade, do próprio sacrifício do Senhor. É o sacramento da união mais íntima e profunda com Deus e com os irmãos.

Jesus não deixou a Eucaristia para ser adorada, mas para ser alimento e compromisso – “Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,55-56). O fruto da Eucaristia deveria ser a partilha dos bens. As nossas missas devem ser sinal da comunhão, da fraternidade, da solidariedade, da festa. Não podem ser alienadoras. Não devem nos impedir de ouvir o grito dos Lázaros que estão fora, à porta do nosso banquete.

A matéria é o pão e o vinho; a forma, “Santificai, pois… a fim de que…”. E o gesto é a imposição das mãos.

A preparação para a Primeira Comunhão Eucarística deve ser acompanhada pelos pais ou responsáveis. É necessário que a criança apresente um nível de compreensão suficiente para ser iniciada, normalmente a partir dos 9 anos.

Orientações para a iniciação Eucarística em nossa Diocese

  • Toda a comunidade é responsável pelo crescimento da vida eucarística de seus membros e, de modo particular, pela iniciação à Eucaristia. A liturgia, com seu conjunto de sinais, requer da catequese uma iniciação para sua compreensão. A catequese inicia os catecúmenos e catequizandos nos sinais e símbolos litúrgicos, para conduzi-los à participação do mistério pascal.
  • A Catequese de Iniciação é feita em várias etapas que são propostas nas Diretrizes Diocesanas de Catequese. Esta é a maneira recomendável para que as crianças se preparem para a recepção, a celebração e a vivência deste sacramento.
  • Compete à paróquia promover a Catequese de Iniciação até a recepção da Primeira Eucaristia, de acordo com as orientações da CNBB adotadas pela Diocese.
  • A celebração da Primeira Eucaristia deve ser precedida pela confissão individual e, se possível, com um retiro.
  • A celebração da iniciação Eucarística, comumente chamada de “Primeira Eucaristia”, não deve ser transformada em festa puramente social, com gastos excessivos e ostentação com os preparativos e a realização da celebração.

Obs. Para os casos peculiares, verificar as instruções específicas da Diocese. As informações podem ser obtidas na Secretaria Paroquial.

Os Sacramentos de Cura

O Senhor Jesus Cristo, médico de nossas almas e de nossos corpos, que remiu os pecados do paralítico e restituiu-lhe a saúde do corpo, quis que sua Igreja continuasse, na força do Espírito Santo, sua obra de cura e de salvação, também junto de seus próprios membros. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o sacramento da Penitência (confissão) e o sacramento da Unção dos Enfermos.

  1. Penitência (Confissão/ Reconciliação)

Se dissermos: ‘Não temos pecado’, enganamo-nos e a verdade não está em nós. Se confessarmos nossos pecados, ele, que é fiel e justo, perdoará nossos pecados e nos purificará de toda injustiça. Se dissermos: ‘Não pecamos’, fazemos dele um mentiroso, e sua palavra não está em nós” (1Jo 1,8-10).

Cristo instituiu o sacramento da Penitência para todos nós, homens e mulheres, pecadores da Igreja.

Por este sacramento, é oferecida a todos que, cometendo pecados graves, perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial, uma nova possibilidade de conversão e de retorno à comunhão com Deus. Esse sacramento é também chamado sacramento da Confissão, da Conversão e da Reconciliação.

A confissão individual e integral dos pecados graves, seguida de absolvição, continua a ser o meio ordinário de reconciliação com Deus e com a Igreja. O perdão é uma das marcas do cristianismo. Jesus fala muitas vezes sobre a misericórdia do Pai. Mostra-nos a necessidade do perdão e como Ele é libertador. Jesus perdoa e acolhe as pessoas. A primeira cura que oferece: “Filho, teus pecados estão perdoados” (Mc 2,5).

A matéria é o pecado grave; a forma, a absolvição “Eu te absolvo...”. E o gesto é a imposição das mãos e o sinal da cruz.

O sacramento da Confissão só pode ser ministrado pelo Padre ou pelo Bispo.

Orientações para o sacramento da Penitência em nossa Diocese

  • Todas as paróquias procurem, diligentemente, proporcionar o atendimento regular às confissões, inclusive para as pessoas que não podem acorrer ao sacramento no horário comercial.
  • Os párocos orientem os fiéis para que haja uma adequada catequese sobre as condições fundamentais para uma boa confissão: reconhecimento explícito dos próprios pecados; arrependimento sincero por amor a Deus; e bom propósito para superá-los.
  • É aconselhável, pastoralmente, a realização de celebrações penitenciais em preparação para a confissão individual, durante os tempos do Advento e da Quaresma, ou mesmo durante a novena preparatória para a festa da(o) padroeira(o). Que dentro da celebração Eucarística não haja o rito da “Celebração Penitencial” (confissão comunitária).
  • Os confessores, ao exercerem o ministério sacramental da Reconciliação, acolham os penitentes com grande misericórdia e paciência, a exemplo do Bom Pastor.

Obs. Em nossa Paróquia os padres fazem atendimento todas as quintas-feiras, das 8h às 12h e das 14h às 17h, em sala privativa, ao lado da secretaria. Os cristãos que sentirem necessidade do sacramento da Penitência e não puderem comparecer ao local na quinta, devem entrar em contato com as funcionárias da Secretaria para agendamento e orientações pertinentes.

  1. Unção dos Enfermos

Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor” (Tg 5,14).

“Pela santa unção dos enfermos e a oração dos sacerdotes, toda a Igreja encomenda os doentes ao Senhor, que sofreu e foi glorificado, para que ele os alivie e salve, e exorta-os a unirem-se à paixão e morte de Cristo e a contribuírem, assim, para o bem do povo de Deus” (LG, nº 11).

Jesus curou muitos. Uma das marcas da sua missão é curar e restituir a saúde. Pediu aos discípulos que fizessem o mesmo. Cabe a nós, em nome de Cristo, curar os corações feridos e confortar os fracos e desanimados.

No cuidado da Igreja com as pessoas doentes e idosas, o sacramento dos Enfermos ocupa um lugar significativo. No encontro com o Senhor Ressuscitado, por meio deste sacramento, os fiéis doentes ou enfraquecidos pela idade são confortados, aliviados em seus sofrimentos e perdoados de seus pecados.

A Unção dos Enfermos pode ser ministrada:

– a todos os batizados, que tenham o uso da razão e estejam em perigo de morte, por motivo de doença grave ou idade avançada;

– aos fiéis que se submeterem a uma cirurgia grave, não importando a idade. Pode-se repetir esse sacramento se o fiel, depois de ter convalescido, recair em grave doença ou durante a mesma enfermidade, se o perigo se agravar;

– aos doentes privados do uso da razão ou dos sentidos, quando se supõe que a teriam pedido se estivessem no uso de suas faculdades;

– esse sacramento pode ser ministrado em casa, no hospital ou em outro lugar onde se encontra a pessoa que irá recebe-lo.

A matéria é o óleo; a forma, as palavras “Por esta santa unção…”. E o gesto é a unção.

Orientações para a Unção dos Enfermos em nossa Diocese

  • Que haja, nas comunidades, uma revalorização do sacramento da Unção dos Enfermos e uma devida catequese para que o povo entenda que esse “não é um sacramento só daqueles que se encontram às portas da morte” (CIC, 1514), pois o sacramento administrado por ocasião de morte iminente é o Viático.
  • Nunca se deve administrar o sacramento apenas por devoção.
  • Não se administra esse sacramento quando há certeza da morte. Nesse caso, o sacerdote deverá fazer a encomendação do corpo, mas não pode administrar o sacramento, que é para os doentes e não para os mortos.
  • Que na celebração da Unção dos Enfermos, nas visitas particulares ou nas celebrações comunitárias, haja uma valorização da Celebração da Palavra de Deus, com uma breve homilia, trazendo o sentido da esperança.

Obs. Informações sobre como solicitar a Unção dos Enfermos em nossa Paróquia, podem ser obtidas na Secretaria Paroquial.

Os Sacramentos do Serviço da Comunhão

Dois outros sacramentos, a Ordem e o Matrimônio, estão ordenados à salvação de outrem. Se contribuem também para a salvação pessoal, isso acontece por meio do serviço aos outros. Conferem uma missão particular na Igreja e servem para a edificação do povo de Deus.

Nesses sacramentos, os que já foram consagrados pelo Batismo e pela Confirmação para o sacerdócio comum de todos os fiéis podem receber consagrações específicas. Os que recebem o sacramento da Ordem são consagrados para serem, em nome de Cristo, “pela palavra e pela graça de Deus, os pastores da Igreja”. De sua parte, “os esposos cristãos, para cumprir dignamente os deveres de seu estado, são fortalecidos e como que consagrados por um sacramento especial” (Matrimônio).

  1. O Sacramento da Ordem

Pelo sacramento da Ordem, a missão confiada por Cristo a seus Apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos. É, portanto, o sacramento do ministério apostólico. Comporta três graus:

– Episcopado: os bispos eram os vigilantes que presidiam a comunidade. Sua função era confirmar na fé. A doutrina católica diz que eles têm a plenitude do Sacramento da Ordem, isto é, o livre exercício do ministério episcopal em toda a Igreja.

– Presbiterado: os presbíteros são os anciãos ou sacerdotes. Cooperadores da ordem episcopal. Não agem sozinhos e nem são autônomos. Têm uma forma coletiva de ser e só podem agir em comunhão com o presbitério.

– Diaconato: os diáconos são ordenados prioritariamente para o serviço da caridade. Para o cuidado dos pobres. Estão também a serviço da liturgia e da Palavra.

Em todo o conjunto das Sagradas Escrituras, o termo “sacerdote” refere-se, de modo geral, a alguém designado para o serviço da liturgia (Hb 5,1-4), o anúncio da Palavra e para fazer a ligação entre Deus e o povo, oferecendo sacrifícios de reparação e louvor.

Jesus não era da classe sacerdotal e não exerceu o ofício de sacerdote, embora seja reconhecido como o “Sumo” ou único e eterno sacerdote (Hb 5). Mas, pela sua vida e ação no meio do povo, e por ter se oferecido como vítima, altar e cordeiro, é reconhecido como sacerdote, profeta, pastor, rei.

Também nas Primeiras Comunidades, a função do sacerdote cristão não era bem definida. Havia a compreensão de um sacerdócio ministerial, pela participação no único sacerdócio de Cristo. E estas Primeiras Comunidades Cristãs designavam ministros para os vários serviços.

Ninguém se autonomeia ministro; ele é ordenado por alguém. Para a Igreja é mais do que uma nomeação ou delegação, é uma consagração.

Aos discípulos eleitos, chamados apóstolos, o divino Mestre confia as quatro atribuições particulares do sacerdócio:

– Oferecer o santo sacrifício: “Isto é o meu corpo oferecido em favor de vós; fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19).

– Perdoar os pecados: “Àqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhe são retidos” (Jo 20,23).

– Pregar o Evangelho: “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16,15).

– Governar a Igreja: “Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu pastores, para apascentar e cuidar do rebanho, a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o seu próprio sangue” (At 20,28).

É preciso estar atento à questão da autoridade e do poder que, para Jesus, se traduzem em serviço: “Quanto a vós, não deverá ser assim; pelo contrário, o maior dentre vós torne-se como o mais jovem, e o que governa como aquele que serve” (Lc 22,26). O presbítero é chamado a ser servidor; não a mandar ou ser dono. O rebanho é de Deus, o qual chama cada presbítero a ser pastor, a agir com transparência, a ser ponte e não obstáculo, agindo em comunhão com o presbitério e com a Igreja, numa atitude de verdadeira caridade pastoral – “Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, cuidando dele, não como por coação, mas de livre vontade, como Deus o quer, nem por torpe ganância, mas por devoção, nem como senhores daqueles que vos couberam por sorte, mas, antes, como modelos do rebanho” (1Pd 5,1-3).

  1. O Sacramento do Matrimônio

De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar” (Mt 19,6).

A íntima comunhão de vida e de amor conjugal, estabelecida pelo Criador e estruturada com leis próprias, é constituída pelo pacto conjugal. Deus mesmo é o autor do matrimônio (CIC, nº 1603).

A vocação para o Matrimônio está inscrita na própria natureza do homem e da mulher, tal qual saíram da mão do Criador. O casamento não é uma instituição simplesmente humana, apesar das inúmeras variações que sofreu, no curso dos séculos, nas diferentes culturas, estruturas sociais e atitudes espirituais. Essas diversidades não devem levar ao esquecimento dos traços comuns e permanentes.

“O Matrimônio é constituído pela aliança conjugal, isto é, pelo consentimento irrevogável de ambos os cônjuges que livremente se entregam e se recebem. Esta singular união do homem e da mulher assim como o bem dos filhos exigem e requerem a plena fidelidade dos esposos e a unidade indissolúvel do vínculo matrimonial” (Ritual do Matrimônio, nº 2).

Orientações sobre o sacramento do Matrimônio em nossa Diocese

  • A cerimônia se realize em lugar de encontro da comunidade de fé e nunca em casas particulares, clubes, fazendas, sítios etc.
  • Em caso de casamento entre católico e não-católico, além do recurso necessário ao Bispo Diocesano, exige-se que a parte católica assuma, por escrito, compromisso de educar na fé católica os filhos que vierem desse casamento. A parte não-católica deverá assinar este documento, manifestando estar ciente do compromisso assumido pela parte de quem pertence à Igreja Católica.
  • Tanto a habilitação do processo matrimonial, quanto a celebração do matrimônio, podem ser feitas na paróquia onde reside o noivo ou a noiva, ou então que o pároco da paróquia de origem dos noivos autorize que o processo e a celebração de casamento sejam feitos na paróquia pretendida.
  • Sem autorização do Bispo Diocesano, não se celebre o matrimônio na Igreja, sem o casamento civil ou casamento que não pode ser reconhecido civilmente, a não ser no caso previsto pelo Código de Direito Canônico (Cf. CDC, cân. 1071).

Obs. Várias situações, aqui não expressas, podem levar ao impedimento ou proibições para o Matrimônio na Igreja Católica. Informe-se sobre as situações especiais e quais os procedimentos devem ser adotados pelos noivos nestas particularidades.

Fontes: Livro da Caminhada – Diocese de Itabira-Cel. Fabriciano

Paróquia São João Batista – www.paroquiasjb.com.br