Conta o Evangelho que os Magos, depois de prostrar-se diante de Jesus, como ato de adoração e reconhecimento, abriram os seus tesouros, e ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra.
Em cada presente podemos ver algum significado.
Fazendo tudo por amor a Deus e ao próximo transformamos as coisas materiais, os deveres cotidianos, as pequenas coisas do dia, em ouro puro aos olhos de Deus.
Quando se oferece incenso a Deus, é como se disséssemos: “Não há vida mais bela, não há coração mais belo, do que aquele que se queima – consumindo o bagaço do egoísmo – e se transforma em perfume oferecido a Deus”.
Da parte dos Magos, talvez esse dom significasse profeticamente o agradecimento a Jesus pelo infinito amor com que ia morrer por nós na Cruz.
E sugere-nos também que o mistério da Cruz não pode estar ausente da vida do cristão, que devemos aprender a ofertar amorosamente a Jesus as nossas dores – aceitando a vontade de Deus – e os nossos sacrifícios voluntários.
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Após meditarmos sobre os presentes dos Magos, perguntemo-nos: “E os meus presentes, quais são?” Para muitas pessoas, o Natal é visto só como tempo de compras e presentes. Nós deveríamos vê-lo, sim, como um tempo de “presentes”, mas acima de tudo de presentes espirituais: presentes da alma, que são os únicos que podem fazer aflorar um sorriso nos lábios de Jesus, Maria e José.
Que presentes da alma? Muitos oferecem a Jesus, nesses dias que antecedem ou que se seguem ao Natal, o esforço sacrificado por deixar uma gota de alegria em todos os corações que encontrarem; ou se empenham em realizar iniciativas que são atos de serviço, pequenos ou grandes, com o fim de aliviar e alegrar pessoas carentes, desempregados, crianças, anciãos, doentes…, lembrando-se de que Jesus dizia: Tudo o que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, é a mim que o fizestes.
Será que não podemos fazer mais alguma dessas coisas? Nesse Tempo de Natal, que se prolonga até a festa do Batismo do Senhor, perguntemo-nos isso enquanto ficamos junto de Maria e José olhando com amor para o Menino.
Ele também olhará para nós e, se continuarmos a contemplá-lo, abrirá no nosso coração uma fresta por onde vai entrar – para lá ficar, como um raio de luz − o espírito do Natal. Deus nos conceda a todos essa graça!
Fonte: Padre Francisco Faus