O mês de setembro tem no Calendário Litúrgico duas datas especiais dedicadas a Maria: dia 8, seu nascimento e dia 12 seu Santíssimo Nome, datas que levam a recordar a intensa e filial devoção mariana de todos grandes Papas do passado.
O nome de Maria, o doce nome de Maria. Não há Papa que o tenha pronunciado mais do que João Paulo II, que no seu lema tinha uma dedicatória docemente mariana: Totus tuus.
O atentado de 11 de setembro às Torres Gêmeas deu ocasião a João Paulo II de reativar a festa do Santo Nome de Maria que tinha desaparecido do calendário litúrgico em meados de 1970. De fato, para o Papa polonês, 11 de setembro era uma data significativa também por outro motivo histórico e mariano. Recorda a intercessão da Virgem na vitória do exército polonês que fez com que acabasse o assédio de Viena por parte dos turcos, no século XVII.
Todavia no dia 12 de setembro de 2001, um dia depois da tragédia das Torres, o Papa manifesta sua dor e dirige-se a Maria:
“Com profundo afeto, dirijo-me ao povo dos Estados Unidos nesta hora de angústia e de terror, em que a coragem de muitos homens e mulheres de boa vontade é posta à dura prova. De maneira especial, abraço os familiares dos defuntos e dos feridos, enquanto lhes garanto a minha proximidade espiritual. Confio à misericórdia do Altíssimo as vítimas inermes desta tragédia, pelas quais hoje de manhã celebrei a Santa Missa, implorando para elas o descanso eterno. Deus dê coragem aos sobreviventes, assista com a sua ajuda a obra benemérita dos socorristas e dos inúmeros voluntários, que nestas horas dedicam toda a sua energia para fazer frente a uma emergência tão dramática. Convido-vos também a vós, caríssimos Irmãos e Irmãs, a unir-vos à minha oração. Imploremos ao Senhor para que não prevaleça a espiral do ódio e da violência. A Virgem Santíssima, Mãe de misericórdia, suscite pensamentos de sabedoria e propósitos de paz nos corações de todos”
Enquanto que no Angelus do domingo 16 de setembro, pronunciado em Frosinone por ocasião de uma visita pastoral, o Papa voltou a falar sobre a tragédia e invocou o consolo de Maria.
“A Virgem infunda conforto e esperança também a quantos sofrem por causa do trágico atentado terrorista, que nos últimos dias feriu profundamente o amado povo americano. A todos os filhos dessa grande Nação dirijo, também agora, o meu sincero pensamento de participação. Maria acolha os defuntos, console os sobreviventes, sustenha as famílias particularmente provadas e ajude todos a não ceder à tentação do ódio e da violência, mas a empenhar-se no serviço da justiça e da paz. Maria Santíssima alimente, sobretudo nos jovens, elevados ideais humanos e espirituais, bem como a constância necessária para os realizar. Recorde-lhes o primado dos valores eternos a fim de que, especialmente nestes momentos difíceis, os compromissos e as atividades quotidianas continuem a estar sempre orientados para Deus e o seu Reino de solidariedade e de paz.”
A devoção de João Paulo II ao Nome de Maria continuou com o seu sucessor Bento XVI. Na sua peregrinação ao Santuário de Mariazell, durante sua Viagem Apostólica à Áustria, em 8 de setembro de 2007 disse:
“”Mostra-nos Jesus!”. Com este pedido à Mãe do Senhor pusemo-nos a caminho em direção a este lugar. Este mesmo pedido acompanhar-nos-á quando voltarmos à nossa vida quotidiana. E sabemos que Maria satisfaz a nossa oração: sim, em qualquer momento, quando olhamos para Maria, ela mostra-nos Jesus. Assim podemos encontrar o caminho justo, segui-la passo a passo, cheios de confiança jubilosa de que o caminho leva à luz na alegria do Amor eterno”
Na Audiência Geral de alguns dias depois, 12 de setembro de 2007, Bento XVI evidencia uma importante ligação sobre a proximidade entre as duas datas no calendário litúrgico…
“Sábado passado celebramos a festa da natividade de Maria e hoje recordamos o seu Santo Nome. A celestial Mãe de Deus, que nos acompanha ao longo de todo o ano litúrgico, vos guie caros jovens no caminho de uma adesão cada vez mais perfeita ao Evangelho”
Enquanto que o Papa Paulo VI, na Festa da Natividade de Maria oferece ocasião para uma bela recordação pessoal (8 de setembro de 1974).
“Recordamos que a Igreja de S. Maria das Graças em Brescia, ao lado da nossa casa, e que frequentávamos quando crianças com assiduidade, é dedicada ao nascimento de Nossa Senhora, à qual Beatíssima todos os anos fazia-se grande festa e toda nossa família pontualmente estava presente. Assim como não podemos esquecer a dedicatória sobre a fachada do sempre amado e glorioso Domo de Milão: “Mariae Nascenti”, a Maria que nasce, e que na agulha mais alta do encantador edifício ostenta triunfante a “Madonnina”.”
Fonte: Vatican News