Até 2021, apenas Santa Marta era celebrada no dia 29 de julho. Com o decreto da Congregação para o Culto Divino promulgado pelo Papa Francisco, os três santos foram incluídos no Calendário Romano.
“Na casa de Betânia o Senhor Jesus experimentou o espírito de família e a amizade de Marta, de Maria e de Lázaro; por isso, o Evangelho de S. João afirma que Ele os amava. Marta ofereceu-Lhe generosamente hospitalidade, Maria ouviu atentamente as suas palavras e Lázaro saiu de imediato do sepulcro a convite d’Aquele que aniquilou a morte.” (DECRETO sobre a celebração de Santa Marta, Maria e Lázaro, no Calendário Romano Geral)
Lázaro e suas duas irmãs, Marta e Maria, eram amigos fraternos de Jesus de Nazaré. Viviam em Betânia, a cerca de três milhas de Jerusalém, e Jesus, muitas vezes, se hospedava na casa deles. A amizade entre Jesus e Lázaro é testemunhada pelas palavras, com as quais Maria e Marta tinham mandado dizer-lhe para visitar o irmão doente: “Senhor, aquele que amas, está enfermo”. E ainda, depois, com a chegada de Jesus, aparentemente tarde demais para salvá-lo: “Senhor, se tivesses vindo aqui – disse Marta – meu irmão não teria morrido”. As testemunhas do episódio, percebendo a perturbação e aos lágrimas de Jesus, diante do sepulcro fechado do amigo, murmuravam entre si: “Vejam como ele o amava…” (cf. Jo 11,3.21.36).
O episódio da ressurreição de Lázaro, narrado apenas no Evangelho de São João, tem um valor profético e simbólico, porque preanuncia a Ressurreição de Cristo. A casa dos amigos de Betânia e o sepulcro vazio de Lázaro tornaram-se, logo, desde os primórdios do cristianismo, meta de peregrinações, às vésperas do Domingo de Ramos. Segundo São Jerônimo, na época medieval, ao lado do sepulcro do amigo, teria sido fundado um mosteiro, que contava com a proteção do próprio imperador Carlos Magno.
Marta deu-nos um grande testemunho de fé! Das palavras que dirigiu a Jesus, há quatro dias da morte do irmão Lázaro, emerge um credo total, sem hesitação nem dúvida. Marta tem uma confiança ilimitada em Deus, mesmo diante daquilo que, aos homens, possa parecer impossível. «Marta, ouvindo que Jesus estava vindo, foi-lhe ao encontro. Maria ficou sentada em casa. Então, Marta disse a Jesus: “Senhor, se você estivesse aqui meu irmão não teria morrido. Mas, também, agora, sei que tudo o que pedir a Deus ele lhe concederá”. Esta, por si só, é uma extraordinária profissão de fé! Mas, a conversa entre Marta e Jesus continua. Desta simples mulher de Betânia aprendemos a lição do que significa acreditar em Jesus Cristo. “Jesus lhe disse: Seu irmão há de ressuscitar. Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último Dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a Ressurreição e a Vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Você acredita nisso? Disse-lhe ela: Sim, Senhor, sei que você é o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo”» (Jo 11,20-27). Eis a essência do cristianismo! Marta condensa toda sua fé na sua resposta, porque esta é a fé de todo fiel; uma simples resposta na qual cada cristão encontra o seu propósito de vida.
Santa Marta, Santa Maria e São Lázaro, rogai por nós!
Com informações de Vatican News/ Santa Sé – Congregação para o Culto Divino)