Por Frei Clarêncio Neotti
Talvez fosse bom explicar a palavra ‘discípulo’, tão usada nos Evangelhos. Mateus a usa 68 vezes; Marcos apenas 24; Lucas também 24 vezes, e João 58. A palavra designa alguém que recebe a instrução de um mestre; ou que adere a uma doutrina, pautando seu comportamento em conformidade com ela. Os fariseus tiveram discípulos (Mc 2,18). João Batista teve discípulos (Mt 9,14).
No livro dos Atos, discípulo é todo aquele que abraça a fé cristã (At 6,1; 9,19). Às vezes faz-se diferença entre discípulo e apóstolo. Lucas fala em 72 discípulos (Lc 10,1-17). Os 12 Apóstolos eram discípulos que seguiam Jesus dia e noite. Tornaram-se como que a família de Jesus, tanto que foi com eles que quis comer a Ceia Pascal, que era um ritual familiar (Lc 22,8.15).
Nos Evangelhos, ‘discípulo’ chega a tomar um novo sentido: aquele que testemunha a pessoa e a verdade do Mestre, já que é chamado a também levar a cruz (Mc 8,34), a beber seu cálice (Mc 10,38). Aprendiz, seguidor, testemunha, aquele que vive como o Mestre Jesus: eis o retrato do cristão, que pode com ele subir a Jerusalém, padecer e ressuscitar; aquele em cujas mãos Jesus poderá entregar a continuidade de sua missão na terra.
Fonte: franciscanos.org.br
FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Durante 20 anos, trabalhou na Editora Vozes, em Petrópolis. É membro fundador da União dos Editores Franciscanos e vigário paroquial no Santuário do Divino Espírito Santo (ES). Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.