O verdadeiro jejum

Foto de Franzi Meyer em Unsplash

Por Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP)

 

Qual é o jejum que Deus quer de nós? (Is 58,3-11). 

Texto Bíblico: “De que nos serve jejuar, se Tu não vez, humilharmos, se não ficas sabendo? Ora, no dia do vosso jejum, sabeis fazer bons negócios, brutalizais todos os que por vós labutam”. O jejum que eu prefiro, a caso não é esse: desatar os laços provenientes da maldade, desamarrar as correias do jugo, dar liberdade aos que estavam curvados, em suma, que despedaceis todos os jugos? Não é partilhar o teu pão com o faminto?… Então, tu clamarás e o Senhor responderá, tu chamarás e Ele dirá: “aqui estou!” Se eliminares de tua casa o jugo, o dedo acusador, a palavra maléfica, se cederes ao faminto, o teu próprio bocado… tua escuridão será como o meio-dia. Sem sessar, o Senhor te guiará, em plena fornalha, Ele aliviará a tua garganta, e teus ossos, Ele revigorará (Is 58,3-11). 

 O jejum era muito valorizado, como prática religiosa, antigamente. Por exemplo, na festa da expiação, para implorar misericórdia (1Rs 21,12), e quando aconteciam desgraças. Os fariseus, também, o apreciavam, penso eu, até demais… 

 João Batista, percursor de Jesus Cristo, foi mais veterotestamentário, em seu espírito religioso: ele o fazia regularmente. Jesus, nem tanto. É claro: o jejum de injustiças, de maldades, de falsas acusações, Ele o apreciava. Jesus, de fato era diferente, por isso, dizia: “enquanto o esposo estiver presente” e o esposo era Ele próprio, os apóstolos não precisavam jejuar. Viria, porém, um tempo em que deveriam, fazê-lo. 

 O verdadeiro jejum, para nós cristão, se vive, amando e servindo aos irmãos. Sendo justos e amorosos. Misericordiosos.  Procurando perceber sua própria finitude e vivendo-a de acordo com o evangelho: como quem é limitado e pecador. 

 O melhor jejum, acontecerá, então, quando, o que for poupado, pelos que jejuam, é dado aos necessitados e pobres. Quando, há generosidade e solidariedade. Um dos modos de bem vivê-lo, é participar pessoal ou familiarmente da Campanha da Fraternidade de 2023, segundo as possibilidades.  

 Como será então nosso jejum? As catástrofes de Santos e São Sebastião, cidades de  São Paulo e outras mais, como as do Rio de Janeiro e alhures, não seriam ocasião propícia, para exercitar nosso jejum, de modo mais cristão?  

 Recordando a Campanha da Fraternidade de 2023, o que nos pede? 

Fonte: CNBB

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