O Sentido da Vida e a Contemplação do Belo

Foto de Adele Morris na Unsplash

O Papa Francisco nos exorta que, Deus nos ama dessa forma, com compaixão e com misericórdia até o fim de nossos dias. Jesus não olha para a realidade do exterior sem se deixar tocar, como se tirasse uma fotografia; ele se deixa envolver.

 

*Por Diác. Adelino Barcellos Filho
Diocese de Campos dos Goytacazes/RJ

Perceber a Vida e o Seu real Sentido e Valor, só é possível à Luz da Revelação de Deus (Uno e Trino), na Pessoa de Jesus Cristo, nosso Senhor e Rei. Em nossos tempos, mais do que em outros, os sinais visíveis, do pecado das origens, vêm crescendo de forma tão absurda e irracional que, apesar do grande avanço da tecnologia e dos instrumentos facilitadores da aquisição do conhecimento a serviço da humanidade, alguns seres humanos se apoderaram de algum conhecimento jurídico, cometeram a insanidade de negar a Vida, a sua própria existência e finalidade. Querem livremente ignorar questões básicas existenciais como: Quem sou? De onde vim? Para onde vou? Somente “a Mãe de meu Senhor” (Lucas 1, 43), Maria Santíssima, para nos livrar das armadilhas e ilusórias promessas diabólicas, que descaradamente tem um único objetivo: “roubar, matar e destruir” a Vida e toda a sua Beleza e Grandiosidade (João 10,10).

Há uma soberba, arrogância e tamanha prepotência capaz de gerar uma cegueira incomensurável, ‘mentes cauterizadas pelo pecado’, não querem saber, por exemplo, de algo extraordinário, constatado pela verdadeira ciência médica que, as impressões digitais se desenvolvem no início da gestação, as saliências características, já estão se formando nos dedos e nas palmas das mãos do feto, da pessoa humana; fiquei sabendo disso, com 25 anos de idade, que “a mulher, na maioria das vezes, nem sabe que está grávida, a criança, que é chamada de ‘feto’ ou ‘embrião’, já tem os traços únicos e indubitáveis, de uma pessoa humana, que são as impressões digitais” (ouvi esta maravilha, em 1985, na aula de Moral da Sexualidade – no Seminário Arquidiocesano de São José, com Padre Antônio Augusto (médico) – hoje Dom Antonio Augusto Dias Duarte, Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro).

As impressões digitais são únicas, marcas de um universo único e complexo, invioláveis, em sua essência, nem os gêmeos idênticos têm as mesmas. São características próprias, no útero, no nascimento, com 1, 5, 6, 10, 20, 30, 40, 50, 100 anos de idade, desenhos divinos e carinhosos, que sinalizam “Disse-me o Senhor: tu és meu filho, tu és minha filha, esta é a ‘principal marca de que lhe criei’, ‘com Amor’, eu hoje te gerei”. (Salmo 2, 7 – este salmo é o mais citado no Novo Testamento, mais de 18 vezes).

Equivocadamente, muitos pensam que a criação de Deus é estática, “empacotada”, “engessada” ou reduzida, manipulável sem critérios ou consequências. O que se observa é que a Criação de Deus é, indubitavelmente, Dinâmica Trinitária, desde as Origens (na gênese). Vale ressaltar que, também é constatado pela ciência, através de muitos livros e obras de divulgação sobre cosmologia, que o astrônomo estadunidense Edwin Hubble (1889-1953) descobriu a expansão contínua do universo, em 1929.  Enquanto há tempo, é necessário reconhecer que, só a Misericórdia Infinita e Infinita Paciência de um Deus infinitamente Amoroso, é capaz de suportar a audácia do ser humano, em pensar que pode decidir quem pode Viver ou não Viver (Hitler); em detrimento do 5° Mandamento: “Não Matarás” (Êxodo 20, 13)seja fisicamente, seja moralmente. Ademais se trata de falácias inconsistentes, de pessoas ‘mal resolvidas’ e até doentes, que se arvoram estar acima do bem e do mal (podres poderes).

No tocante às impressões digitais: “A formação da digital é resultado da influência genética e também dos movimentos autônomos do feto (criança, pessoa humana única), na barriga da mãe. Até mesmo gêmeos univitelinos, que apresentam o mesmo DNA, possuem diferenças detectáveis em suas formações de digitais.” O italiano Marcello Malpighi (1628-1694) foi o primeiro a estudar as impressões digitais de forma científica, porém o francês Alphonse Bertillon (1853-1914) foi quem teve os seus estudos sobre a utilização das digitais para a identificação amplamente aceitos. Apesar de, os babilônios, há mais de 4.000 anos, já terem verificado que a impressão digital, em cada um, é diferente. O aborto não é assunto “polêmico“, basta rejeitar ou renunciar a mentalidade assassina, basta fazer bom uso da inteligência, dom tão desejado pelo Pai do Céu ao nos conceder.

É bom lembrar que, os interesses medíocres e escusos de alguma parte da humanidade quer destruir a nobre Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu Artigo 3° que determina “Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal“. A Contemplação do Belo passa pelo crivo da Contemplação da Vida. Como vou reconhecer a Beleza  por excelência se eu trato a Vida como se fosse coisa descartável e desprezível?

Fernandes; Grenzer (2013, p.28), no livro, Dança ó Terra, interpretando Salmos, afirmam que “A ciência brota do encantamento e da perplexidade. O seu ponto de partida é a observação de ação simples, demonstrando possuir uma postura aberta diante da Beleza e da grandiosidade da realidade”. Estes mesmos autores continuam, com o seguinte questionamento: “Então, o que se experimenta ao contemplar o “universo” em uma visão noturna? O real contraste entre o infinito contemplado e o ser finito que contempla esse infinito.” Com certeza, “isso é uma reação que surge quase que espontaneamente, mas é vencida no momento em que se contempla o que de sublime existe no ser humano e o especifica”: o ser humano é a criatura racional que pode interagir com as demais criaturas, cuidar, preservar, manter e, com elas, por elas e nelas, admitir a existência e a ação do Criador, providente. O ser humano desde a concepção até a morte natural é um universo de complexidade, de beleza, de reflexo do céu estrelado.

A Revelação de Deus, em Jesus Cristo, não se prendeu à Vida, como Reino de Deus, mas também a plenificar entre os mais pobres e marginalizados, vulneráveis, indefesos, ou seja, entre as pessoas que têm a vida não  cuidada, mais limitada, mais ameaçada, mais insegura e mais atropelada. Deus quer precisar de nós, para defendermos a Vida nos mais diferentes graus e nuances. “Daí a relação que os Evangelhos estabelecem entre o Reino e a cura de doentes, o Reino e a expulsão de demônios, o Reino e a surpreendente mensagem das bem-aventuranças.” (Castillo, 2012, p. 238-239). Fiel a Sua Própria LIBERDADE, Deus nos quer Felizes e que “todos tenham Vida e a tenham em abundância” (João 10, 10)

Nos Evangelhos de Mateus e Lucas se diz que Jesus “percorria toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando toda enfermidade e toda doença no povo” (Mateus 4, 23; cf. Lucas 4, 40). Pois bem, curar enfermidades e doenças (físicas e mentais) é dar a Vida, defender e proteger a Vida, potencializar a Vida. No tempo inicial da Encarnação do Verbo (Jesus Cristo), a medicina era desconhecida, em sua maneira sistemática. Nem por isso, para explicar por que havia pessoas que caíam doentes, recorria-se a motivos sobrenaturais, concretamente o pecado ou o demônio. Isso significa que um doente daquele tempo não era apenas uma pessoa de vida ameaçada ou diminuída, mas, além disso, era pessoa que levava vida indigna. (Castillo, 2012, p. 238-239). A dignidade da pessoa humana, da criança, ameaçada de ser triturada, esmagada, aviltada no ventre, gera a morte e a Morte Eterna.

O Papa Francisco, ao definir o Nome de Deus como sendo Misericórdia, em janeiro de 2016 (p. 130-131) nos faz pensar “na belíssima página que descreve a Ressurreição do filho da viúva de Naim, quando Jesus, chegando àquela Aldeia da Galileia, se comove perante as lágrimas da viúva, destruída pela perda do seu único filho. Ele lhe diz: “Não chores!”. Escreve Lucas: “Ao vê-la, o Senhor encheu-se de compaixão por ela” (7, 13). Ο Deus feito homem se deixa comover pela miséria humana, pela nossa necessidade, pelo nosso sofrimento, pela nossa dor. O verbo grego que traduz esta compaixão é σπλαγχνίζομαι (splanchnizomai) e deriva da palavra que indica as vísceras ou o útero materno. É semelhante ao Amor de um pai e de uma mãe que se comovem profundamente pelo seu filho; é um Amor visceral.

O Papa Francisco nos exorta ainda que, Deus nos ama dessa forma, com compaixão e com misericórdia até o fim de nossos dias. Jesus não olha para a realidade do exterior sem se deixar tocar, como se tirasse uma fotografia; ele se deixa envolver. É desta compaixão que precisamos hoje, para vencer ‘a globalização da indiferença’. Uma compaixão que vai muito além de uma incoerente preservação da natureza, que preserva a tartaruga, preserva a baleia, preserva o mico leão dourado, e quer Matar, fria e legalmente, o embrião humano, a criança, pessoa humana, seres humanos únicos, formados nos ventres das mães, que nem imaginam as consequências devastadoras, físicas e emocionais.

Pense se as mães, de Madre Tereza de Calcutá; de São João Paulo II; de Pelé; de cada Presidente da República dos países; de cada Deputado; de cada Senador, de cada Juiz ou Juíza das Supremas Cortes e de cada Cientista que tanto bem faz à Humanidade, tivessem escolhido abortá-los, como estaríamos nós sem usufruirmos de tais benefícios gerados por esses seres humanos?

Vale a pena crescer na contemplação de Deus, obedecer a Sua Palavra de Ordem (ordenamento e recondução de todas as coisas),  preservar e cuidar da Vida, das diversas formas, crescer na firmeza de caráter (para não pecar e não adulterar ou destruir a natureza) que nos levará a uma Recondução de toda a Natureza e quiçá, de todo o Universo, na esperança de que, aquele que obedecer ao Criador e Senhor do Céu e da Terra, gozará as delícias que  emanam da Vida e das Alegrias Eternas, direito de todos: todos os que se convertem e defendem a Vida desde a sua concepção até a morte naturalConvertei-nos Senhor e seremos verdadeiramente convertidos!!! 

Fonte: Vatican News

*Dados eletrônicos do autor: http://lattes.cnpq.br/0897881564299806

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