A visita à Basílica de São Pedro, uma imensidão que vista pela primeira vez quase arrebata, mas que se detém diante da estátua (La Pietà) com Nossa Senhora segurando Jesus sem vida. De repente, o resto da imensidão perde o interesse, enquanto irrompe impetuosa uma pergunta sobre aquele “corpo sem culpa” de Cristo que faz lembrar “o corpo de minhas filhas negadas à normalidade em meus braços igualmente impotentes. Por quê?” É uma das passagens mais eloquentes da carta endereçada ao Papa por Hermine Nzotto, a mãe das gêmeas siameses da República Centro-Africana, submetidas dois mês atrás a uma extraordinária operação de separação craniana e cerebral no Hospital Bambin Gesù (Menino Jesus) de Roma. Duas meninas, Ervina e Prefina, que Francesco batizou dias atrás na Casa Santa Marta durante uma cerimônia reservada.
A ponte dos pobres
“Vossa Santidade sabe do que é que o mundo precisa”
No pouco mais de uma página da missiva, Hermine Nzotto agradece repetidamente aos médicos do Bambin Gesù, desde Mariella Enoc, presidente do Hospital pediátrico, ao Dr. Carlo Efisio Marras, responsável pelo departamento de Neurocirurgia, cuja equipe “milagrosamente separou e ressuscitou” seus bebês. “A oração – conclui Hermine Nzotto – é o que pode unir os povos da terra; rezarei a Maria pelo senhor, mas não preciso pedir-lhe igualmente, porque quem, como Vossa Santidade, desafiou o perigo das picadas de mosquitos e a rebelião de 2015 na República Centro-Africana, sabe pedir a Maria aquilo de que o mundo precisa.”
Fonte: Vatican News