Em sua mensagem para o I Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, o Papa Francisco recorda que jamais se aposenta da tarefa de anunciar o Evangelho. Hoje propomos o testemunho do Padre Douglas de Freitas Ferreira, que aprendeu da bisavó Maria Celeste Fernandes Gouvêa a amar a Igreja.
“Não existe uma idade para aposentar-se da tarefa de anunciar o Evangelho, da tarefa de transmitir as tradições aos netos.”
Este é um dos trechos da mensagem do Papa Francisco para o I Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que a Igreja celebra no próximo domingo, 25 de julho.
Para o Pontífice, não importa quantos anos a pessoa tem, se ainda trabalha ou não, se ficou sozinho ou tem uma família, se ainda é autônomo ou precisa ser assistido, “porque não existe uma idade para aposentar-se da tarefa de anunciar o Evangelho”. “É preciso pôr-se a caminho e, sobretudo, sair de si mesmo para empreender algo de novo.”
“O futuro do mundo está nesta aliança entre os jovens e os idosos”, prossegue Francisco. “Quem, senão os jovens, pode agarrar os sonhos dos idosos e levá-los por diante? Mas, para isso, é necessário continuar a sonhar: nos nossos sonhos de justiça, de paz, de solidariedade reside a possibilidade de os nossos jovens terem novas visões e, juntos, construirmos o futuro.”
“Nos olhos da minha bisavó eu via o Eterno”
Um testemunho desta aliança entre jovens e idosos de que fala o Papa vai ao ar nesta quarta-feira, no nosso programa semanal “Porta Aberta”.
Inteiramente dedicado ao Dia Mundial dos Avós, convidamos o Padre Douglas de Freitas Ferreira – especialista em assuntos de família – para analisar os desafios que a Igreja e a sociedade têm em valorizar esta aliança. Mas a preparação acadêmica ficou de lado na hora de lembrar de suas raízes, que influenciaram inclusive na sua decisão de abraçar o sacerdócio:
O grande testemunho de catolicidade eu recebi da minha bisavó: uma portuguesa da Ilha da Madeira, do Funchal, que foi para o Brasil para trabalhar. Minha bisavó viveu até os 94 anos. Eu tinha 18 anos quando ela faleceu, foi uma perda muito difícil para mim, mas uma perda que até hoje enche meu coração de gratidão.
E qual o testemunho que minha bisavó deu para mim, para meu irmão, para a família? O terço. Se tem uma memória da minha bisavó que eu tenho é daquela mulher que todos os dias – de manhã e à tarde – sentava no sofazinho dela, pegava o terço e rezava.
E quando meu irmão e eu fazíamos uma peripécia de criança, a minha bisavó nos chamava para rezar o terço. Era o nosso “castigo”. Mas eu agradeço a ela muito por isso, porque se eu rezo o terço todos os dias eu devo a esta mulher, a esta educação cristã. E me recordo muito do olhar dela enquanto ela rezava o terço – ela tinha os olhos azuis lindos. Mas não era uma oração qualquer, era uma oração com presença, compenetrada, profunda. E nos olhos da minha bisavó eu podia ver o Eterno. Se eu sou padre hoje, eu devo muito àquele olhar. O olhar da minha bisavó foi o que permitiu para mim ver a presença de Deus, o olhar a minha bisavó me levou até à Igreja, me levou até à eucaristia, me levou aos sacramentos. O olhar da minha bisavó me fez entender que a grandeza de uma pessoa é viver na presença do Senhor.
Conte sua experiência!
Você também tem uma história marcante como a do Padre Douglas? Conte para nós escrevendo para o nosso email brasil@spc.va O testemunho mais marcante será publicado no nosso site no Dia Mundial dos Avós e dos Idosos.
Fonte: Vatican News – por Bianca Fraccalvieri