“Como viver a Eucaristia sem estar perto de quem passa fome, daqueles com quem Cristo se identifica quando têm fome, sede, estão nus, doentes ou na prisão? Nesta união descobrimos a essência da dignidade humana que se torna significativa quando está enraizada no próprio Jesus Cristo”, dizem os bispos espanhóis em sua mensagem para a Solenidade de Corpus Christi.
“Neste tempo de pandemia, com a convicção de que o Senhor caminha conosco, celebramos a solenidade de Corpus Christi, o Dia da Caridade, em que fazemos das dificuldades do momento uma grande oportunidade para tocar nas feridas de Cristo e descobrir que, por trás de suas feridas, encontramos a dor e o sofrimento de nossos irmãos, abrindo-nos ao mistério de Cristo crucificado e ressuscitado onde resplandece a glória de Deus”.
Com estas palavras inicia a mensagem publicada no site da Conferência Episcopal da Espanha, escrita pelos bispos da Subcomissão Episcopal de Caridade e Ação Social por ocasião do Dia da Caridade que, a ter lugar na Solenidade do Corpus Christi, no domingo 6 de junho.
“Deus nunca deixa de estar ao nosso lado, cumprindo a sua promessa citada no Evangelho de Mateus: “Estarei convosco todos os dias, até ao fim dos tempos’”. Esses ‘tempos difíceis’ – onde são necessários fortes amigos de Deus – convidam-nos a recuperar o sentido de nossa vida, sabendo que somos frágeis e necessitados de salvação – dizem os bispos – uma necessidade que se concretiza na nossa vida quotidiana, na nossa proximidade, na nossa fraternidade e na esperança cristã que brota da Eucaristia”.
A Eucaristia que “oferece-nos o dom de poder colocar inseparavelmente juntas a caridade e a vida dos pobres. Como viver a Eucaristia sem estar perto de quem passa fome, daqueles com quem Cristo se identifica quando têm fome, sede, estão nus, doentes ou prisão? – questionam os bispos -. Nesta união descobrimos a essência da dignidade humana que se torna significativa quando está enraizada no próprio Jesus Cristo”.
“Diante do Corpo de Cristo percebemos que é hora de fortalecer a capilaridade nos povoados, nos bairros e cidades, para curar e acompanhar tanto sofrimento – refletem os bispos. O Papa Francisco nos exorta desta forma: o serviço é, ‘em grande parte, cuidar da fragilidade ‘. Servir significa cuidar dos frágeis nas nossas famílias, na nossa sociedade, na nossa gente”.
A testemunhar estas palavras do Papa e torná-las vivas no mundo, naturalmente, são os discípulos missionários de Jesus Cristo na Caritas, as pessoas que tornam possível o serviço da caridade nas paróquias ou em outras instituições caritativas da Igreja.
Os bispos querem recordá-los desta forma: “Nós bispos reconhecemos e somos gratos por este serviço generoso e, ao mesmo tempo, encorajamos muitos mais cristãos a trabalharem pelos mais pobres e excluídos de nossa sociedade. A Caritas, com seus operadores e suas equipes de voluntários, faz com que a cada manhã as fronteiras e os muros se concretizem na dimensão universal da caridade”.
Neste sentido, não pode faltar o exemplo de Santa Teresa de Calcutá: “Com a sua vida doada aos mais pobres e o seu amor pela adoração ao Santíssimo Sacramento, onde encontrou a força da caridade, ensina-nos algo que experimentou e que animava a sua esperança: “O fruto do silêncio é a oração” – recordam – o fruto da oração é a fé. O fruto da fé é o amor. O fruto do amor é o serviço. O fruto do serviço é a paz. Nas palavras da Santa, temos de forma palpável a concretude do que o Senhor disse: ‘Foi a mim que o fizeste!”
“Colocamo-nos nas mãos da Sagrada Família de Nazaré, Jesus, Maria e José, naquela casa onde a caridade é forjada todos os dias, em pensamentos, palavras e ações, e peçamos ao Senhor que nos encontre dignos da sua presença por ter feito um exercício credível de caridade para com o próximo”, concluem os bispos em sua mensagem.
Fonte: Vatican News