Nascidos para a alegria!

Menino Jesus (Vatican Media)

Por Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo diocesano de Campos (RJ)

 

O Natal reacende nas famílias, nas pessoas e em todas as criaturas, um clima de alegria indefinível e inefável. Trata-se de voltar às raízes, às origens da nossa vida, relembrar que somos dom e que o surpreendente sempre nos invade. Recuperar um olhar de criança e a pureza de coração, o direito a uma inocência que vem do mais íntimo de nós, que permanece bom e intocável para a malícia e a inveja.

A proximidade do Natal nos convida a despertar o que muitas vezes gostaríamos de manifestar e dizer para as pessoas que nos rodeiam: que as amamos, que são muito importantes e especiais para nós. Longe de serem sentimentos caricatos, ou de uma superficialidade circunstancial, emergem como que ondas de ternura, de amabilidade, que testemunham e descortinam a filiação divina e a imagem do Pai das misericórdias que nunca perdemos.

Voltar a ser criança leva tempo, dizia o pintor Picasso para aguçar as possibilidades de mudar e transformar nossa forma de ver o mundo. O advento é também escola de repensar e sonhar a vida a partir da chegada de alguém que nos faz conhecer a verdadeira alegria de sermos novamente confiantes nas promessas de sermos inteiros, sentir pensantes, integrados e integradores na vivência humana e divina.

Nunca percamos a capacidade de admirar e encantarmo-nos, pois, na novidade e no inesperado, nos aguarda o Deus dos impossíveis, que nos restaura plenamente devolvendo-nos a paixão de viver e de sermos estreantes do banquete do amor, da luz e da alegria que vem para quem tem sede de mergulhar no sentido transbordante e fascinante da dádiva da existência e aventura humana.

Não nos conformemos com a fruição de coisas materiais ou compensações meramente efêmeras e passageiras, mas busquemos aquilo que não se esvai e constitui o sorriso da alma e a completa paz com tudo e com todos. Deixemos que a alegria do Natal nos invada e toque profundamente, desbloqueando as cardiopatias e arterioscleroses espirituais e vitais, que nos tiram o direito de palpitar e o sonhar com o Deus conosco que vem para colorir e salvar toda nossa condição medíocre e oprimida. Deus seja louvado!

Fonte: Vatican News

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