Ao longo dos anos, a Igreja no Brasil tem se dedicado a servir e evangelizar às nações mais pobres nos lugares mais longínquos do mundo. É a chamada Missão Ad Gentes, uma das quatro prioridades do serviço missionário que integram o Programa Missionário Nacional (PMN).
Há muitos e muitos anos, missionários e missionárias deixam suas famílias, seu país e vão percorrer outras terras, continentes para se doar àqueles que mais necessitam. Mas para isso é preciso ser chamado e se preparar para encarar a vida missionária.
A missão Ad Gentes, ou seja, Além-fronteiras requer uma preparação especial. Quem sente esse chamado missionário precisa estar inserido na vida de sua comunidade, paroquia ou diocese. Além de passar por um treinamento para se preparar para vivenciar uma experiência de evangelização em outro local completamente diferente da sua realidade.
“A missão também é dizer ‘eis me, envia-me’, envia-me para as periferias nossas, envia-me a sair de casa, a sair das estruturas paroquiais. Mas, olhando Ad Gentes eu vejo algo concreto que cada regional da CNBB assumindo uma missão Ad Gentes vai dar um rosto para um Brasil mais missionário”, destaca o bispo auxiliar de Porto Alegre (RS) e referencial para a Pastoral dos Brasileiros no Exterior (PBE), dom Adilson Pedro Busin.
O Decreto Conciliar “Ad Gentes” sobre a Atividade Missionária da Igreja é categórico quando afirma: “A Igreja peregrina é, por natureza, missionária. Pois ela se origina da missão do Filho e da missão do Espírito Santo, segundo o desígnio de Deus Pai” (AG 2).
Já no proêmio, “Ad Gentes” relaciona a missionariedade da Igreja à sua catolicidade. Em outras palavras: a Igreja deixa de ser católica se não for missionária. “Enviada por Deus à todos os povos para ser sacramento universal de salvação, por exigência íntima de sua catolicidade e obedecendo ao mandato do seu Fundador (cf. Mc 16,16), esforça-se por anunciar o Evangelho a todos os povos” (AG 1).
De acordo com a assessora da Comissão para Amazônia da CNBB e da Repam Brasil, irmã Irene Lopes dos Santos, o Brasil está diante de desafios missionários específicos. Segundo ela, o PNM abre portas para a missão na Amazônia com mais força. Principalmente, quando motivada ainda mais a vida consagrada a ter mais iniciativas junto aos povos indígenas da Amazônia.
“Somos chamados a responder aos apelos prementes de áreas e situações missionárias bem definidas, tanto na corresponsabilidade com a missão universal da Igreja “ad gentes”, como somos interpelados pela missão além fronteiras dentro do nosso próprio país. Os sinais dos tempos – e Deus nos fala através deles – indicam que nossa Igreja, mais do que nunca, é chamada a dar um exemplo de ‘solidariedade global’”, destaca.
Os emigrantes Brasileiros, ou seja, aqueles que deixam o país para viver em outra nação também são contemplados na missão além fronteiras. Nesse caso, o atendimento e acompanhamento é feito pela Pastoral dos Brasileiros no Exterior (PBE), que é vinculada a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial.
Segundo o 15° Plano Bienal de atividades do secretariado nacional – 2000-2001, a PBE iniciada em 1996, tem o objetivo de “contribuir com as Igrejas locais, em articulação com as conferências episcopais dos diferentes países, para proporcionar aos brasileiros residentes no exterior a vivência inculturada do Evangelho, preservando na proporção adequada as tradições religiosas e culturais da pátria de origem”.
De acordo com o bispo referencial da PBE, dom Adilson Pedro Busin, mais de três milhões de brasileiros deixaram o Brasil para viver no exterior e a pastoral está presente em várias dessas comunidades brasileiras. Atualmente, a PBE está presente em países das Américas do Sul, Central, Norte; na Ásia e na Europa.
Mais informações sobre a Pastoral dos Brasileiros no Exterior: missionariapbe@cnbb.org.br