Por Dom Carlos José
Bispo da Diocese de Apucarana – Paraná
“Filho, eis aí tua mãe!” (Jo 19,27)
Amor de Mãe é inexplicável! Mães que geram; que adotam; mães que criam seus netos; que cuidam dos filhos das outras mães para que essas possam ganhar o sustento da família; mães que se tornam mães de suas mães, quando a velhice chega; mães solteiras, viúvas ou abandonadas à própria sorte, incompreendidas ou ignoradas pelos seus filhos; mães que catequizam e mulheres de vida religiosa, consagradas ao Senhor que, na doação de si mesmas, se tornam mães de tantos órfãos ou abandonados pelos seus familiares. Descrevê-las ou defini-las chega a ser impossível, pois, sabemos que mãe é mãe e pronto, diferentes e iguais ao mesmo tempo.
O primeiro amor de um filho é a mãe e o último amor de uma mãe é sempre o filho, mesmo que, na velhice, já não o reconheça ou nem se lembre de seu nome, acarinha-o como se fosse a primeira vez. A mãe é capaz de sorrir com os lábios e chorar com o coração; de esquecer-se de suas necessidades para cuidar do fruto de seu ventre; de chorar de alegria com as conquistas do filho ou de sorrir (mesmo sofrendo por dentro) para acalmá-lo diante das frustações da vida; de se expressar em silêncio; de se encher de fé e esperar, rezando, a volta do filho que se distanciou enquanto cuida com carinho dos que estão próximos. E, quando não consegue ir até onde o filho está, a mãe entrega-o à Mãezinha do Céu para que tome conta do seu rebento.
A mãe reza incansavelmente pelos filhos e agradece a Deus pelas vidas a ela emprestadas e, quando essas vidas partem para a eternidade antes delas, ainda encontram forças para seguir em frente, se espelhando na Virgem Maria que enfrentou tudo com oração e fé. O amor de mãe é inexplicável sim, pois ela é capaz de amar a todos os filhos da mesma forma e a cada um, conforme suas necessidades e jeito de ser, pois todos são seus preferidos! A maternidade revela o olhar amoroso do Pai para com suas criaturas, seja em seus gestos, seja na firmeza ao apontar o caminho certo ou na hora de perdoar e acolher o filho arrependido de seus atos. Ser mãe é uma vocação, uma missão, algo muito maior do que colocar filhos no mundo.
A maternidade tem um quê de espiritual, divino e misterioso. As mães, meigas e carinhosas, são ao mesmo tempo revestidas da fortaleza, coragem e destemor quando se trata da defesa dos seus filhos. Todas as mães carregam em si os traços de Maria Santíssima, seja na coragem, seja na resposta à missão materna. Não existem mães perfeitas, a não ser a Mãe de Jesus. Existe no coração materno o desejo de acertar sempre na educação e no bem-estar dos filhos. Neste Dia das Mães, Jesus mesmo nos diz: ‘Eis aí tua mãe’, para que possamos olhar para elas ou lembrarmos delas, com mais carinho e gratidão e menos julgamentos. Que a Mãe de Cristo, Mãe de todos nós, fortaleça e abençoe todas as mamães do mundo!
Fonte: CNBB