Nestes tempos difíceis marcados pela Covid-19, “nossa fé está compreensivelmente abalada”, diz o arcebispo irlandês Dom Michael Neary. “Perdemos entes queridos, talvez nossos empregos, vimos irmãos e irmãs deprimidos e solitários”, mas quando “nos sentimos tentados a fechar as portas ou vemos que se fecham para nós, precisamos de Maria para as abrir e nos conduzir a um mundo maior, mais amplo e alegre”.
Em tempos difíceis, marcados pela dor e pelo desespero – como aquele vivido pelos irlandeses durante a Grande Fome do século XIX ou o atual marcado pela pandemia de Covid-19 – Maria nos recorda que “o coração de Deus está sempre próximo daqueles que o mundo poderia negligenciar”, daqueles que esgotaram suas forças, dos pobres e dos marginalizados. Foi o disse o arcebispo de Tuam, Dom Michael Neary, durante a tradicional Missa celebrada em 21 de agosto por ocasião do aniversário das aparições marianas no Santuário Internacional de Knock, Irlanda.
Em uma sociedade que faz da autodeterminação e da liberdade individual uma vanglória, observou o prelado na sua homilia, “o indivíduo pode sentir-se à deriva no mar da vida, experimentar sentimentos de impotência perante as forças econômicas e políticas sobre as quais tem muito pouco controle” e “esta situação pode facilmente tirar a esperança do coração humano”.
Com o seu “sim” à Anunciação e o seu “Magnificat”, destacou Dom Neary, Maria coloca-nos diante de uma “perspectiva mais ampla” que é “mais rica, profunda e inclusiva” do que a proposta pela cultura contemporânea, pois é baseada em sua humilde fé em Deus, tão necessária hoje.
Nestes tempos difíceis marcados pela Covid-19, “nossa fé está compreensivelmente abalada”, continuou o arcebispo de Tuam. “Perdemos entes queridos, talvez nossos empregos, vimos irmãos e irmãs deprimidos e solitários”, mas quando “nos sentimos tentados a fechar as portas ou vemos que se fecham para nós, precisamos de Maria para as abrir e nos conduzir a um mundo maior, mais amplo e alegre”, sublinhou o prelado.
A “coragem indomável, a esperança viva, a fé resiliente, a alegria exuberante, a doçura e a força” de Maria – concluiu – ensinam coisas muito importantes hoje, sobretudo em um momento em que tais qualidades são tão necessárias” na cultura contemporânea.
O Santuário Knock está localizado no povoado de mesmo nome no Condado de Mayo, no oeste da Irlanda, onde na noite de 21 de agosto de 1879, a Virgem, São José e São João Evangelista apareceram a 15 pessoas junto com um altar com uma Cruz e um Cordeiro, tradicional imagem de Jesus, com anjos em adoração.
Desde então, o local tornou-se a principal meta de peregrinações marianas à Irlanda, cuja importância é destacada pela visita que São João Paulo II quis realizar em 1979, no centenário das aparições, mas também pelas sucessivas visitas de Santa Teresa de Calcutá, em 1993, e do Papa Francisco, em 2018, por ocasião da sua Viagem Apostólica para o Encontro Mundial das Famílias em Dublin.
O culto a Nossa Senhora de Knock foi autorizado em 1936 após o reconhecimento da autenticidade das aparições por uma comissão eclesiástica especial. A recordar que em 19 de março deste ano, festa de São José, o Papa Francisco elevou Knock a Santuário mariano e Eucarístico internacional.
Numerosos milagres e curas que começaram nos dias após as aparições estão documentados no Santuário.