Jesus de Nazaré: modelo de felicidade

Por Frei Clarêncio Neotti

 

O Evangelho nos propõe as bem-aventuranças proferidas por Jesus ao abrir o Sermão da Montanha. Elas são, por um lado, o retrato de Jesus. Por outro, um ideal a nosso alcance. Um ideal que não se mede por critérios humanos, mas pelos novos critérios divinos com os quais se avaliam as coisas e os fatos do Reino de Deus. Por isso mesmo, por mais concretas e atuais que sejam as bem-aventuranças, só serão alcançáveis pelos que creem na pessoa e na mensagem de Jesus. Os santos creram e foram capazes de medir sua vida por elas, ora ressaltando uma, ora se penitenciando para alcançar outra.

A felicidade proposta por Jesus é diferente da felicidade imaginada por muitos, que pensam ser felizes quando têm muito, ou quando se livraram de contrariedade ou quando têm multidões a seus pés para servi-los. A felicidade que Jesus prega envolve o passado, porque se enraíza na doutrina que ele deixou; o presente, porque é dinâmica e exigente; e o futuro, porque é base do Reino dos Céus, que começa aqui e plenifica-se na eternidade.

As criaturas foram criadas para a felicidade, não para a desgraça. Isso equivale a dizer que fomos criados para Deus e não para o inferno. O desejo de felicidade é congênito às criaturas. As bem-aventuranças proclamam a felicidade per feita que, com toda a certeza, não se radica em bens materiais e glórias esfumadas. Felicidade que abarca em primeiro lugar a vida presente. A plenitude da felicidade depende da vivência feliz neste mundo, porque o Reino dos Céus começa e se constrói na vida presente. Jesus de Nazaré é o modelo de quem viveu na terra a plenitude das bem-aventuranças. Por isso é ele também o modelo da felicidade eterna.

Fonte: Franciscanos


FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFMentrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Durante 20 anos, trabalhou na Editora Vozes, em Petrópolis. É membro fundador da União dos Editores Franciscanos e vigário paroquial no Santuário do Divino Espírito Santo (ES). Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.

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